29 out, 2020 - 22:45 • Fábio Monteiro
Sindika Dokolo, empresário, colecionador de arte e marido de Isabel dos Santos, morreu esta quinta-feira no Dubai. Esta notícia já foi confirmada por fonte da família à agência Lusa.
O empresário, de 48 anos, morreu num acidente de mergulho subaquático, vítima de embolia.
"Foi durante um mergulho que você partiu para a eternidade, uma atividade habitual que te tirou da luta e dos seus entes queridos ", escreveu no Twitter Michée Mulumba, assistente pessoal do chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi.
Dokolo nasceu República Democrática do Congo, em março de 1972, e era casado com Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, desde 2002. No início deste ano, após a investigação Luanda Leaks ter vindo a público, o casal mudou-se para o Dubai.
Isabel dos Santos ainda não confirmou o incidente, mas, nas últimas horas, publicou uma fotografia nas redes socias em que aperece ao lado do marido e um dos quatro filhos do casal, com a legenda: "My Love...".
Filho de pai congolês e mãe dinamarquesa, Dokolo passou a infância entre a Bélgica e França; estudou no Lycée Saint-Louis-de-Gonzague em Paris e licenciou-se em Economia, Comércio e Línguas Estrangeiras na Universidade Pierre e Marie Curie.
Um dos maiores colecionadores
de arte africana contemporânea ao nível mundial, o nome de Dokolo foi falado,
nos últimos anos, como potencial candidato à presidência da República
Democrática da Congo.
Em 2016, Sindika Dokolo comprou a Casa Manoel de Oliveira, no Porto, por 1,6 milhões de euros. "Neste espaço vamos promover redes de reflexão artística e fortalecer laços entre Portugal e Angola, a Europa e África, numa ode à arte enquanto elemento unificador de povos e países", disse então.
Ainda no mesmo ano, a De Grisogono SA, empresa detida pelo empresário Sindika Dokolo, adquiriu o maior diamante encontrado até ao momento em Angola, com 404 quilates. O diamante foi encontrado na mina angolana do Lulo.
Tal como Isabel dos Santos, os negócios de Sindika Dokolo estavam a ser investigados pela justiça angolana no âmbito do caso Luanda Leaks. Em dezembro do ano passado, por determinação do Tribunal Provincial de Luanda, o casal foi alvo de arresto de bens e participações sociais em empresas.