01 nov, 2020 - 19:56 • Manuela Pires com redação
O que o Governo anunciou para reforçar combate à Covid-19:
A Federação Nacional das Associações de Feirantes admite a realização de uma marcha de protesto em Lisboa contra a suspensão de feiras e mercados, anunciada sábado pelo Governo como parte de uma série de restrições que vão entrar em vigor na quarta-feira em 121 concelhos do país.
Os comerciantes dizem que a decisão ontem anunciada "é uma facada nas costas" e apelam à intervenção do Presidente da República para que o setor não seja castigado no âmbito do combate à pandemia de Covid-19.
"Isto é uma facada nas costas que o Governo está a dar a todos os que operam em mercados e feiras", critica Joaquim Santos, presidente da Federação Nacional das Associações de Feirantes, em entrevista à Renascença.
"Ainda não tínhamos sequer recuperado de um confinamento em que fomos dos primeiros a fechar e quase os últimos a retomar atividade e sofremos outra paragem", adianta o representante dos feirantes e produtores, lembrando que o setor é o único que foi proibido de operar a partir de quarta-feira, ao contrário dos restantes setores em que haverá apenas limites e restrições de horários.
Após um Conselho de Ministros extraordinário convocado por Costa para ontem, o Governo decidiu alargar o confinamento parcial já implementado em três concelhos do Norte a um total de 121 concelhos do país, incluindo as Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa.
Entre as medidas que vão entrar em vigor na quarta-feira conta-se a proibição de feiras e de mercados. Já no que toca a estabelecimentos comerciais e restauração, os primeiros poderão funcionar até às 22h e os segundos até às 22h30.
Face à situação, a Federação Nacional de Feirantes apela a Marcelo que intervenha, lembrando que tem cumprido todos os planos de contingência e regras impostas pela DGS e pelo Governo.
"Pedimos ao sr. Presidente da República, a única réstia de esperança, que não valide esta inconstitucionalidade e esta discriminação", diz Joaquim Santos na Renascença.
"Estamos dispostos a aplicar mais restrições, mas apelo ao Presidente da República para fazer jus aos nossos direitos, porque a única classe que está proibida de trabalhar a partir de quarta-feira é a dos feirantes, sem haver motivos, penso eu, para tal."
Questionado sobre restrições que possam ser implementadas no lugar de proibir feiras e mercados, o presidente da Federação Nacional de Asssociações de Feirantes dá como exemplos "reduzir os horários" e o também o limite máximo de pessoas autorizadas a estar em cada recinto ao mesmo tempo.