02 nov, 2020 - 11:30 • Carla Caixinha com Lusa
O que o Governo anunciou para reforçar combate à Covid-19:
O Primeiro-ministro esteve reunido com o Presidente da República, em Belém. António Costa solicitou a Marcelo Rebelo de Sousa que declare o Estado de Emergência “com natureza preventiva”, para “eliminar dúvidas jurídicas” sobre várias situações.
À saída da audiência, o primeiro-ministro revelou as quatro razões que levam o Governo a pedir o Estado de emergência:
“Do ponto de vista do Governo justifica-se que, com carácter preventivo, seja decretado Estado de Emergência com um quadro bastante mais limitado no seu objeto, mas que provavelmente terá uma extensão superior aos 15 dias que a Constituição limita. À partida, deve ser assumido como devendo ser periodicamente renovado”, afirmou.
Lembrando que “as medidas terão que ser avaliadas e reavaliadas”, Costa admitiu novas restrições à circulação entre as 23h00 e as 6h00, mas com exceções, pois há pessoas a trabalhar no período noturno.
Defende que esta limitação é necessária para “travar um conjunto de festejos e eventos que tem sido fonte de transmissão”, como é o caso de crismas, batizados, casamentos, aniversários, que têm acontecido ao fim-de semana, e têm sido grande fonte de contaminação. “A principal causa não têm sido as festas dos jovens - que também têm contribuído - mas sim os grandes eventos familiares ao fim de semana”.
António Costa disse ainda que não antecipa que “haja uma profunda divergência em relação a estas medidas” da parte dos diferentes partidos políticos, que são ouvidos esta segunda-feira por Marcelo Rebelo de Sousa.
O governante reconhece que há pessoas “saturadas” e que a proibição de circulação entre concelhos, neste fim de semana, foi um factor de “desgosto” para muitos. Contudo foi perentório: “Se as pessoas estiverem isoladas, o risco é menor. Temos que conseguir evitar a todo o custo os ajuntamentos.”
O chefe de Estado, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro participaram numa cerimónia de homenagem aos mortos, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, em dia de luto nacional.
Durante a cerimónia foi içada da bandeira nacional em homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da doença Covid-19.
Na Praça Afonso de Albuquerque, junto à entrada do Palácio de Belém, estava uma guarda de honra composta por militares do esquadrão presidencial, a bandeira nacional foi içada até ao topo, ao som do hino nacional, e depois colocada a meia haste, em silêncio.
As entidades presentes guardaram um minuto de silêncio.
O Governo decidiu em 22 de outubro declarar esta segunda-feira, 2 de novembro, Dia de Finados, "como dia de luto nacional, como forma de prestar homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da doença Covid-19", lê-se no comunicado sobre essa reunião do Conselho de Ministros.
Em Portugal, os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus responsável pela Covid-19 foram detetados no dia 2 de março e até agora já morreram 2.544 pessoas com esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), num total de 144.341 casos de infeção contabilizados.