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Ajudas do Estado à TAP davam para construir vários hospitais de excelência

04 nov, 2020 - 08:00 • Anabela Góis , Hugo Monteiro

O diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital de S. João exige ao Governo que explique opções.

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Os médicos estão cansados, mas não perderam o ânimo. A garantia é deixada pelo diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital de São João, no Porto, que desde o início da pandemia está na linha da frente. À Renascença, António Sarmento diz que as ajudas do Estado à TAP davam para construir vários hospitais de excelência.

O clínico revela que todos os dias chegam novos doentes com Covid-19 e afirma que a esperança só faltará no dia em que os médicos não tiverem meios para tratar os doentes. Portanto, considera “muito importante que o Governo desse sinais de que vai providenciar os meios materiais, físicos e de recursos humanos, para que isso nunca aconteça”.

Para António Sarmento, o Governo deve explicar as suas opções: “Eu não percebo nada de economia, até pode haver uma razão fortíssima para meter 1.500 milhões de euros numa empresa que está falida e dá prejuízo. Pode haver. Mas acho é que o Governo tem de nos explicar as suas opções, porque é que o vai fazer, porque com esse dinheiro fazia quatro ou cinco hospitais bons”.

Sobre as soluções apontadas pelo Tribunal de Contas (TdC) para que os hospitais recuperem as consultas e cirurgias que foram suspensas por causa do novo coronavírus, este especialista afirma que os incentivos são positivos, mas era importante que se traduzissem no pagamento de trabalho extraordinário, para além das 40 horas semanais, e não como um prémio.

A avaliação do TdC mostra que o Hospital de São João foi um dos melhores a conseguir garantir a atividade não urgente durante a primeira vaga da pandemia.

O diretor do Serviço de Infeciologia assegura que a situação se mantem. “Tem-se feito um esforço de adaptação, de separação de circuitos e de doentes (suspeitos de covid e os outros) tratando os doentes positivos quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos, mas até agora não esgotamos as camas para os outros doentes.”

De resto, António Sarmento garante que as consultas continuam a ser feitas e os doentes a ser tratados, mesmo que isso implique trabalhar mais horas e durante mais tempo.

“Em vez de trabalharmos até às 17h00 vamos até às 20h00 para podermos distribuir os doentes e evitarmos tanta gente nas salas de espera.” Agora, uma coisa é certa, lembra o médico, “em parte nenhuma do mundo se vai conseguir manter a mesma atividade que se tinha antes da Covid, nem nos melhores países da Europa com os melhores sistemas de saúde”.

Em Portugal, morreram 2.635 pessoas dos 149.443 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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  • Nuno Miguel
    04 nov, 2020 Lisboa 19:17
    Ridículo..um país não se faz só de hospitais..já agora e o dinheiro que o governo deu à comunicação social também dava para um hospital?....e o dinheiro que se paga para a CP também dava para outro hospital?..e o dinheiro que pagamos para RTP..dava para outro hospital? e o Novo banco?,.etc etc..resumnindo tinhamso hospitais mas morríamos todos de fome sem trabalho!!!
  • Ivo Pestana
    04 nov, 2020 Funchal 10:36
    E não só. Vejam as ajudas aos bancos, as ppp, a rtp, as auto estradas, as empresas de transporte publico, o excesso de deputados...e outras que eu não sei. Façam as contas dos milhões de euros, que são gastos.

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