04 nov, 2020 - 15:22 • Olímpia Mairos
O Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) organiza, esta quinta e sexta-feira, o 22.º Colóquio de Outono, sob o tema “Populismos e suas linguagens”.
Devido à pandemia da Covid-19, a iniciativa, que conta com três conferencistas convidados e com especialistas de vários países, vai decorrer em formato online.
Ao longo de dois dias vão ser abordados os discursos de Presidentes da República como Marcelo Rebelo de Sousa, Jair Bolsonaro e Donald Trump, mas também os populismos nas redes sociais ou associados à xenofobia, à desobediência civil ou ao autoritarismo justificado pela economia, entre outros.
“Os populismos são uma preocupação séria no mundo atual e este encontro científico internacional quer contribuir para a literacia política, aprofundando as raízes do fenómeno, pela análise dos discursos em que ocorre, dos múltiplos sentidos que veicula e dos modos como se manifesta”, explica Aldina Marques, da organização do evento.
A professora do Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) da UMinho dá o exemplo das eleições presidenciais nos EUA, para evidenciar a importância do tema.
“Se Trump não ganhar, e parece estar próximo de repetir o resultado de há quatro anos, perderá por muito pouco, o que tem, em qualquer dos casos, uma leitura clara – a ideologia nacionalista de cariz populista que o levou ao poder em 2016 está a sedimentar-se”, explicita.
A professora da UMinho vai estar na sessão de abertura do Colóquio de Outono, quinta-feira, às 10h00, a par da presidente do Instituto de Letras e Ciências Humana, Isabel Ermida, e da diretora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, Cristina Flores.
O programa tem como oradores principais Carla Prestigiacomo, da Universidade de Palermo, em Itália, Catalina Fuentes Rodríguez, da Universidade de Sevilha, em Espanha, e António Costa Pinto, da Universidade de Lisboa.
As 24 intervenções previstas nos dois dias incluem outros temas como o ser e fazer no discurso político português, o papel das emoções e do corpo, o “dizer-verdadeiro”, a islamofobia, a imprensa “mentirosa”, os movimentos de cidadania, as “máscaras da pandemia” e ainda incursões pela realidade de vários territórios do mundo.
A iniciativa associa-se à Rede Memità, que analisa modelos discursivos nos media e junta instituições de nove países, como Itália, Alemanha, Marrocos, Ucrânia, Cuba e Portugal.