07 nov, 2020 - 09:49 • Pedro Filipe Silva com redação
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O diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa e presidente do Conselho de Escolas Médicas avisa que as próximas semanas “vão ser complicadas” e é preciso tomar medidas. Para Fausto Pinto, o recolher obrigatório, a proibição de aglomerados de pessoas e o confinamento são medidas decisivas para abrandar a pandemia.
“É fundamental haver algum tipo de confinamento. Penso que o recolher obrigatório, que é controverso, mas é uma medida sanitária, pois quanto menos exposição houver e menos interação entre as pessoas… melhores os resultados”, avançou à Renascença Fausto Pinto, defendendo também a proibição completa de todo o tipo de aglomerados.
O presidente do Conselho de Escolas Médicas defende ainda uma testagem maciça com recurso a testes rápidos, que na sua opinião estão a ter resultados bastantes positivos, embora não sejam sensíveis, mas têm a vantagem de 10 ou 15 minutos terem resultados.
“Isto pode ser muito importante, pois são casos que podem ser imediatamente isolados. Era fundamental reforçar este aspeto e haver um a rede que pudesse tomar contas destas situações.”
Nestas declarações, este especialista prevê situações complexas. “O problema é não só quem é infetado, mas acima de tudo o impacto que essas pessoas vão ter, sobretudo, as que necessitam de cuidados hospitalares sobre o SNS, que não é elástico.”
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Por isso, lembra que a contenção, o sacrifício e a união são palavras-chave para combater a Covid-19: “Este é momento em temos de estar muito unidos e as pessoas têm que perceber que é uma batalha global e não política. Temos de que ter muita contenção e algum sacrifício.”
“As pessoas foram fantásticas na primeira onda em que tivemos resultados fantásticos”, sublinha.
Estes conselhos são deixados no dia há um Conselho de Ministros extraordinário para concretizar as medidas que vão enquadrar o estado de emergência decretado na sexta-feira pelo Presidente da República e que vai vigorar entre segunda-feira e 23 de novembro.
Marcelo Rebelo de Sousa já assinou o decreto do estado de emergência, com o objetivo de evitar em dezembro "restrições mais drásticas e indesejáveis.
Em Portugal, de acordo com dados de sexta-feira, morreram 2.792 pessoas dos 166.900 casos de infeção confirmados.
A pandemia já provocou mais de 1,2 milhões de mortos em mais de 48,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.