14 nov, 2020 - 16:51 • Fábio Monteiro com Lusa
Centenas de empresários e trabalhadores da restauração, eventos culturais e animação noturna estiveram este sábado reunidos no Rossio, em Lisboa, exigindo apoios do Governo para lutarem contra o desemprego e continuarem “a pôr pão na mesa”.
Já no final do encontro, houve momentos de tensão com os jornalistas. A PSP teve que intervir e proteger um jornalista do Observador, após um dos representantes da manifestação - munido de um megafone - tê-lo acusado de ter divulgado um número falso dos presentes na manifestação.
O momento foi filmado e está a ser divulgado nas redes sociais.
Os presentes, munidos de máscara e com algum distanciamento social, empunhavam cartazes onde se liam as principais reivindicações destes setores .
Queixam-se de ser o bode expiatório desta pandemia e assumem-se como os maiores cumpridores da segurança, ma dizem que, apesar disso, têm sido os mais prejudicados.
“Estão a matar 100% dos restaurantes por 3% do contágio”, “Queremos trabalhar, deixem-nos viver” ou “Não há saúde sem economia” são algumas das frases nos cartazes de alguns dos manifestantes.
Os vários intervenientes queixaram-se de terem sido obrigados a despedir trabalhadores, nomeadamente no setor da animação cultural, mas também na restauração, na hotelaria, nas discotecas e bares noturnos e nos transportes de turistas.
Em cima do improvisado palanque, os discursos foram inflamados, muitas vezes com recurso ao uso de palavrões, e muita indignação.
O comércio e a restauração iniciam este sábado o primeiro de dois fins de semana em que apenas podem abrir entre as 08:00 e as 13:00, no âmbito do estado de emergência, uma medida contestada por várias associações empresariais.
Em conferência de imprensa, ao mesmo tempo que decorre este protesto no Rossio, em Lisboa, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital anunciou que os apoios já disponibilizados ou anunciados para o setor da restauração na sequência da crise causada pela pandemia totalizam 1.103 milhões de euros, correspondendo a cerca de 60% do da quebra de faturação registada pelo setor.
Aquele valor global engloba 286 milhões de euros de apoios que já chegaram às empresas deste setor por via do ‘lay-off’ simplificado e do apoio à retoma progressiva ou ainda os 200 milhões de euros para o novo programa apoiar.pt que consiste na atribuição de um apoio a fundo perdido às micro, pequenas e médias empresas para as compensar pela quebra de faturação.