15 nov, 2020 - 21:27 • João Cunha , Fábio Monteiro
Adalberto Campos Fernandes não estranha a situação a que se chegou no Hospital de São João, no Porto, onde há apenas uma vaga no serviço ECMO, destinado à assistência emergente a doentes com falência cardiopulmonar grave.
Em declarações à Renascença, o ex-ministro da Saúde defende ainda que não é “realista” pensar-se numa vacina ainda este ano, apesar das notícias promissoras desta semana.
“Às vezes, vejo em relação às vacinas abordagens demasiado otimistas e um pouco especulativas. Não sabemos se com a intenção de falar mais para os mercados acionistas do que, propriamente, para a comunidade em geral, porque não me parece realista que consigamos ter uma vacina a curtíssimo prazo. Teremos, com certeza, daqui por um bom par de meses”, explica.
Segundo o ex-ministro, a partir da primavera, teremos uma situação completamente diferente do mundo, “quer pela evolução da história natural da doença, que pelo que é a história natural das pandemias. Quer pela chegada, nessa altura, de vacinas.”
O antigo governante publicou, no sábado, um texto na sua página de Facebook um texto em que alertava que os portugueses vão ter “meses muito difíceis pela frente”.
“Sabíamos que, com um elevado grau de probabilidade, iríamos passar por 4-5 meses muito difíceis não apenas no plano sanitário mas também, como se está a ver agora com grande nitidez, no plano económico e social”, escreveu Adalberto Campos Fernandes.