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Concelhos com Covid-19. Médicos de saúde pública pedem mais um escalão de risco

18 nov, 2020 - 10:02 • Marta Grosso , Beatriz Lopes (entrevista)

Governo quer dividir concelhos em três escalões, consoante o grau de infeções. Assim, o recolher obrigatório ao fim de semana pode acabar onde houver menos de 960 casos.

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Os médicos de saúde pública concordam com o escalonamento dos concelhos em função da gravidade, mas propõem mais um escalão para ser possível controlar a transmissão da Covid-19.

“A definição dos 240 casos por 100 mil habitantes, que é a definição que dada como transmissão comunitária pelo ECDC, já estava a ser aplicada agora e, portanto, essas medidas mais restritivas eram já para o nível maior de transmissibilidade”, começa por explicar à Renascença o vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

Gustavo Tato Borges explica que a existência de “três níveis diferenciados apenas no local de maior transmissibilidade acaba por ser um bocado redutor naquilo que são os concelhos com menos casos, mas com transmissão ativa dentro da comunidade”.

Por isso, defende que, “se calhar, não deveríamos diferenciar em tantos graus acima dos 240, mas permitir que houvesse um grau ligeiro, abaixo dos 240, fazendo com que aqueles concelhos que estão quase a atingir a transmissibilidade livre dentro da comunidade possam também ter alguma restritiva e diminuir a sua carga de doença”.

A medida da criação de escalões dentro dos concelhos com maior risco de transmissibilidade do novo coronavírus está a ser ponderada pelo Governo e foi adiantada pelo partido Os Verdes na terça-feira à noite, à saída da audiência com o Presidente da República.

"Haveria um escalão mínimo para aqueles concelhos que estão entre os 240 e os 480 casos diários [por 100 mil habitantes], esse era o patamar mínimo, o que significa que as restrições aí vão ser mais leves. Há depois um escalão intermédio que envolve os concelhos entre os 480 casos e os 960; e um escalão máximo, onde as restrições vão ser mais intensas, nos casos onde os concelhos verificam um número superior a 960", adiantou José Luís Ferreira.

A Renascença contactou, entretanto, o Ministério da Saúde para obter mais esclarecimentos sobre esta nova medida. A confirmar-se esta proposta do Governo, apenas cerca de 30 concelhos continuariam com recolher obrigatório ao fim de semana.

Nas mesmas declarações aos jornalistas, o deputado José Luís Ferreira admitiu que o seu partido pode não votar a favor da renovação do estado de emergência.

A hipótese de haver distinção entre os concelhos mais afetados pela pandemia já tinha sido avnçada pelo primeiro-ministro. "Porque a realidade é muito diversa, porque há concelhos que passam pouco os 240 casos diários por 100 mil habitantes e há outro que tem mais de 3 mil casos diários por 100 mil habitantes", justificou na altura.

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