18 nov, 2020 - 18:06 • Lusa
Os profissionais de saúde deverão ter de alterar os seus planos de férias previstos para o Natal e Ano Novo devido à evolução da pandemia de covid-19, admitiu esta quarta-feira a ministra da Saúde, na linha da informação avançada pela Renascença na sexta-feira.
“Muito provavelmente terá de haver, em função da situação epidemiológica que vivemos, alteração de planos de férias de 2020, como já houve no início do ano", disse Marta Temido, durante a conferência de imprensa de balanço da epidemia de covid-19.
A ministra admitiu que esta é "uma decisão difícil" porque "é um esforço adicional que se pede aos profissionais de saúde" assim como se poderá ter de pedir a profissionais de outras áreas.
Marta Temido lembrou que “este é um momento particularmente exigente” e, por isso, voltou a sublinhar ser “tão urgente parar a transmissão da infeção”, até porque “o sistema tem limites de resistência”.
A governante explicou que “não é possível substituir os profissionais de saúde que estão na linha da frente”: “Não há possibilidade de formar nem médicos nem enfermeiros rapidamente, dar-lhes todo o treino e competências que têm e permitir que as pessoas descansem".
Para a responsável, este é "mais um sinal" que deve levar as pessoas a reforçar as novas regras de controlo de infeção e a "fazer os maiores esforços" .
De qualquer forma, acrescentou, a decisão da alteração dos planos de férias “está ainda a ser tomada em contexto da vida das instituições e das possibilidades de gerir a primeira necessidade de resposta a população e a necessidade de poder permitir o gozo de férias para as pessoas poderem recompor-se e estarem mais aptas na linha da frente”.
Durante a conferência de imprensa, a ministra anunciou ainda que “está a baixar muito ligeiramente” o risco de infeção, mas este “ainda oferece preocupação”, assim como o “elevado número de novos casos diários”.
Na última semana, entre os dias 9 e 13 de novembro, o RT (que define quantas pessoas cada doente infeta) situava-se no 1,11: “Idealmente deveríamos situá-lo no 1 ou abaixo de 1”, recordou.
Outro dos problemas identificados é o elevado número de novos casos diários, que está acima dos cinco mil, e representa “efeitos nefastos na utilização dos serviços de saúde” e também na saúde das pessoas.
Portugal registou 5.891 novos casos de infeção com o novo coronavírus e 79 mortes associadas à doença covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 3.632 mortes e 236.015 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos 78.641 casos, mais 1.555 do que na terça-feira.
Segundo o boletim, 54 por cento dos novos casos situam-se na região Norte, que contabilizou nas últimas 24 horas mais 3.191 infeções, seguido de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.637 novos casos.