20 nov, 2020 - 20:05 • André Rodrigues
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O Presidente da República admitiu, esta sexta-feira, que o país poderá enfrentar uma terceira vaga de contágios entre janeiro e fevereiro de 2021, "que será tanto maior quanto maior for o número de casos um mês antes".
"Importa tentar conter fortemente em dezembro o processo pandémico", disse Marcelo Rebelo de Sousa, ao anunciar a renovação do estado de emergência, e antecipando ao mesmo tempo a possibilidade de alargar o estado de emergência ao período do Natal, se assim for "necessário".
O chefe do Estado assegura que não hesitará "um segundo" em propor mais uma renovação do estado de emergência de 9 a 23 de dezembro, ou outras renovações posteriores, se o quadro epidemiológico não apresentar melhorias.
"O que temos de dar como certo é que o estado de emergência dure o que for necessário no combate à pandemia, sempre com o controlo e com o conteúdo democrático decorrente da Constituição e que se atue para quebrar a curva ainda ascendente de casos", avisa Marcelo Rebelo de Sousa, que apela ao governo e à população "que não facilitem, do princípio ao fim de dezembro, para não ter um agravamento pesado ao virar de 2021".
"Não faltarão eleições" para julgar os responsávei(...)
Por outro lado, o Presidente da República avisa para a pressão crescente sobre o SNS “nos próximos dias e semanas”, assegurando que “no pensamento dos responsáveis políticos, como o de todos os portugueses encontra-se presente a brutal pressão que existe sobre o Serviço Nacional de Saúde e mesmo o sistema nacional de saúde, em geral”.
Perante este quadro, “cumpre evitar que [tal pressão] culmine em situações críticas generalizadas”, porque “há internados nos cuidados intensivos que têm direito à vida, Covid e não Covid”, defende Marcelo Rebelo de Sousa.
Aludindo às consequências económicas de eventuais renovações futuras do estado de emergência, Marcelo Rebelo de Sousa insiste que é necessário "continuar a equilibrar esta exigência [da proteção da saúde] com o não parar a economia, a sociedade, a cultura, que é um esforço difícil para todos os portugueses".
Sem se referir diretamente aos episódios de violência verificados nas manifestações dos empresários da restauração, o Presidente apela a todos “que recusem a violência física na discussão democrática" e diz que este é o momento de "convergir mesmo discordando".
"Não faltarão eleições" para se julgar eventuais responsáveis, adianta. "Há mais do que tempo para se ajuizar de atos e autores, para demarcar campos e para apurar e julgar responsáveis. Não faltarão eleições para isso. Este tempo ainda é outro: o tempo de convergir no possível, mesmo discordando."