25 nov, 2020 - 07:00 • Redação
Está agendada para esta quarta-feira, em Lisboa, uma concentração nacional dos empresários da restauração, mas também da hotelaria, comércio e cultura. O protesto, convocado pelo movimento "A Pão e Água", pretende exigir mais apoios do Governo face à quebra de atividade causada pela pandemia.
À Renascença, Daniel Serra, presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR, classifica como desesperante a situação vivida no setor. “Neste momento estamos com 42 a 43 mil desempregados, mas no início do ano este número pode chegar aos 100 mil. O que pedimos ao Governo é que proactivamente ajude agora para mais tarde ser ressarcido, pois as medias não têm sido adequadas.”
Centenas de trabalhadores da restauração de Braga, Porto, Vila Nova de Gaia e Aveiro vão sair quarta-feira em caravana com autocarros e viaturas ligeiras para a manifestação em Lisboa.
O mesmo responsável recordou que em 2015, na altura de eleições legislativas, o atual primeiro-ministo, António Costa, enviou uma carta para os empresários da restauração a dizer que “contava com eles e contou”. Com a atual pandemia e a crise económica instalada no país e no mundo, a PRO.VAR quer ir dizer ao primeiro-ministro na quarta-feira que agora é a hora da "restauração contar com o Governo".
Depois de marcar presença nas ruas do Porto, Lisboa, Faro, Aveiro ou Guimarães, na sequência do anúncio das medidas de confinamento aos fins-de-semana a partir das 13h00, o coletivo que reúne profissionais do comércio, cultura, hotelaria, restauração e animação noturna, sai de novo para a rua esta quarta-feira para se manifestar em frente à Assembleia da República.
As medidas para combater a Covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.
Para Portugal, o FMI prevê uma queda de 10% em 2020, e uma recuperação de 6,5% para 2021.