28 nov, 2020 - 16:47 • Lusa
Um "hacker" suspeito de invadir o sistema informático do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil foi preso, este sábado, em Portugal.
Num inquérito dirigido pelo Departamento Central e Investigação e Ação Penal (DCIAP), em sintonia com a Polícia Federal Brasileira, a Polícia Judiciária portuguesa (PJ) "efetuou uma operação policial internacional com o objetivo de causar disrupção em grupos organizados que operavam no ciberespaço".
"Dessa operação resultou a identificação e detenção de um cidadão português com 19 anos de idade, em território nacional, enquanto em território brasileiro, foram identificados e detidos três indivíduos, com idades compreendidas entre os 19 e os 24 anos, que se dedicavam à prática continuada de crimes de Acesso Indevido, dano informático e sabotagem informática", lê-se em comunicado.
"Os detidos faziam parte de diferentes redes criminosas, agora afetadas por esta operação policial, e atuavam concertada e transnacionalmente, atacando funções de Estado, infraestruturas críticas e interesses económicos diversos", afirma a PJ.
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Da cooperação entre as autoridades, foram apreendidos meios informáticos e recolhida informação pertinente.
A PJ prossegue as investigações para deteção e identificação de outros responsáveis nestas operações.
"O detido português vai ser presente às autoridades judiciais para efeitos de primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medida de coação", conclui a polícia portuguesa.
Em comunicado, a Polícia Federal brasileira confirmou a realização da ação, chamada "Operação Exploit", "que teve como objetivo desarticular a associação criminosa que teria promovido os ataques hackers ao TSE", na primeira volta das autárquicas realizadas no Brasil.
Ao que tudo indica, só foram extraídos do sistema (...)
Segundo as autoridades brasileiras, foram cumpridos no país três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contacto entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
"Além disso, em Portugal, são cumpridos um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão", acrescentou o comunicado.
Segundo a Polícia brasileira, o inquérito aponta que um grupo de 'hackers' brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE na primeira volta das autárquicas.
"A Polícia Federal apura o acesso ilegal aos dados de servidores públicos divulgados no dia 15/11, além de outras atividades criminosas do grupo", diz o comunicado da força brasileira.
Os crimes investigados neste inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa.
A Polícia Federal do Brasil também frisou que durante as investigações "não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação".