03 dez, 2020 - 22:06
Os representantes do movimento “A Pão e Água” reuniram-se esta quinta-feira com o presidente da Câmara de Lisboa para discutir as reivindicações do setor da restauração, tendo optado por terminar a greve de fome que se mantinha há vários dias.
Terminada a reunião, os representantes voltaram para a tenda montada diante do Parlamento para reunir e a decisão de acabar com a greve foi tomada em grupo.
Em declarações feitas à saída da reunião, José Gouveia disse que "o protesto só terminará depois de uma reunião em grupo, será decidido sempre em grupo. Somos um movimento, estamos como representantes e só quando o grupo decidir que vamos sair é que saímos. Continuamos em greve de fome, eu e o Ljubomir ainda não comemos nada".
José Gouveia, acrescentou que "é nossa vontade que ela termine, posso dizer, mas só em grupo podemos decidir".
O empresário insiste que o problema não são as medidas de combate à pandemia, mas a falta de apoios. "Sabemos o que se passa e não temos conhecimentos médicos para contestar seja o que for, mas a economia não pode parar e portanto é preciso encontrar soluções. As empresas estão encerradas, têm de ter apoios e não podem esperar nem mais um dia. Essa é a realidade."
Por sua vez, Fernando Medina apelou à participação de todos para tentar encontrar soluções. "No momento que o país vive todos somos poucos para tentar encontrar soluções para uma situação que é muito dolorosa para muitas pessoas. Acho que não podemos perder nunca um sentido de humanidade, de perceber que estamos todos a viver uma fase muito difícil e que temos todos de tentar dar o nosso melhor, procurando encontrar as soluções, não fazendo de todos os momentos guerras."
As principais faces deste protesto têm sido Ljubomir Stanisic e José Gouveia, que estão há seis dias em greve de fome, tendo Stanisic sido brevemente hospitalizado na quarta-feira.
A reunião teve, assim, resultados promissores, mas não foram encontradas soluções definitivas para as reivindicações do setor, tendo ficado acordada uma nova reunião dentro de uma semana.
Foi já a caminho do restaurante de um amigo, para tomar a sua primeira refeição em seis dias, que a José Gouveia fez declarações à Renascença, explicando porque é que se tomou a decisão de acabar com a greve.
"Estou neste momento a caminho do Solar dos Presuntos para comer uma grande canja que o Pedro me prometeu. Acabou o protesto. E já comi o melhor croquete da minha vida, estava à nossa espera no caso de as coisas terem corrido bem", começou por dizer o empresário.
"O que foi conseguido nesta fase foi a promessa da leitura das nossas contestações e reivindicações. O Pedro Siza Vieira esteve ao telefone com o Fernando Medina e ambos mostraram estar a tomar o compromisso de negociar tudo o que apontávamos e nós ficámos com um sentimento de confiança relativamente a ambos", acrescentou.
"Neste momento temos uma reunião agendada para a próxima sexta-feira onde iremos ver alguns dos pntos, nem todos serão exequíveis mas que pelo menos os essenciais sejam postos à discussão", concluiu José Gouveia.
[Notícia atualizada às 23h50]