05 dez, 2020 - 19:17 • Carla Fino , com redação
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O presidente da Associação e Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, não tem dúvida: o início do ano vai registar um aumento de casos de Covid-19, mas tudo vai depender da adoção das recomendações por parte das famílias na época festiva que se aproxima.
O Governo anunciou este sábado um abrandamento das restrições no Natal e Ano Novo. O primeiro-ministro admite “puxar o travão de emergência” se a pandemia se agravar até 18 de dezembro.
Em declarações à Renascença, Ricardo Mexia não tem dúvida de que o levantamento de algumas medidas no Natal e Ano Novo vai ter impacto na pandemia.
“A primeira quinzena do ano de 2021 vai assistir a um aumento do número de casos, face ao que se esteja a verificar nas semanas antes. Agora, temos também de dar mais algumas recomendações às pessoas, não basta apelar ao bom senso. Temos de encontrar soluções que reduzam o potencial de disseminação da doença nestas festividades em que previsivelmente as famílias se vão reunir", apela o especialista.
Ricardo Mexia considera importante que o abrandamento das restrições para o Natal e Ano Novo seja reavaliado a 18 de dezembro.
"A questão de as medidas serem reavaliadas no dia 18, parece-me importante por não sabermos, exatamente, o que é que ainda irá acontecer. Nesse sentido, são ainda muito preliminares estas medidas, por isso, vamos ver o que é que sucede até ao dia 18 e ver se a tendência é positiva ou não", sublinha.
Governo anuncia abrandamento das medidas durante a(...)
O presidente da Associação e Médicos de Saúde Pública deixa algumas sugestões para que as Natal e Ano Novo decorram com mais segurança sanitária.
"Talvez um faseamento das festividades possa ser importante, na medida em que isso reduziria o número de pessoas afetadas se um caso confirmado estivesse presente.”
Nos concelhos de risco extremo e muito elevado há (...)
Deve haver, também, a preocupação de “manter as máscaras durante um período de tempo mais prolongado sempre que possível”.
Para as reuniões de Natal e Ano Novo deve ter sido em conta a “disposição à mesa” e “tentar preservar aquilo que são os agregados familiares habituais, para reduzir também a disseminação para outros agregados”.
Ricardo Mexia defende a “utilização dos testes como complemento à estratégia de abordagem para estas reuniões familiares”.
“Há aqui uma multiplicidade de opções que eu penso que têm de ser equacionadas e referidas, para que as famílias possam adotar esses comportamentos que, tendencialmente, reduzam a disseminação da doença", refere o presidente da Associação e Médicos de Saúde Pública nestas declarações à Renascença.
Portugal voltou este sábado a passar a barreira dos seis mil novos casos em 24 horas. O Boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS) regista 73 óbitos por Covid-19 e mais 6.087 casos positivos - o número mais alto dos últimos nove dias.
Segundo o boletim epidemiológico, a zona norte (50%) continua a apresentar o maior número de casos, seguida de Lisboa e Vale do Tejo (28%) e depois região centro (10%).