10 dez, 2020 - 21:27 • Ana Carrilho , André Rodrigues
A Fenprof convocou para esta sexta-feira uma greve nacional que abrange os educadores de infância e os professores dos ensinos básico e secundário.
A paralisação vai ter efeitos em vários estabelecimentos de ensino de todo o país, sendo de esperar que várias escolas possam, mesmo, não ter aulas.
Inicialmente, este protesto teria lugar, de forma faseada entre 9 e 11 de dezembro, por regiões do país, mas os professores optaram por concentrar a paralisação toda no mesmo dia.
Em declarações à Renascença, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores, justifica a greve protesto com o que diz ser a falta de vontade por parte do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para dialogar com a estrutura sindical, designadamente sobre a alteração dos requisitos da aposentação, a aprovação de um regime de pré-reforma a que os professores adiram, a eliminação de abusos e ilegalidades nos horários de trabalho, as condições de trabalho e a recomposição da carreira docente contando todo o tempo de serviço.
“O que queremos é a abertura de uma via de diálogo e o respeito por matérias de negociação coletiva para, depois, podermos identificar os problemas, podermos pôr em cima da mesa propostas para os solucionar e depois discuti-las”, sugere Mário Nogueira.
Por outro lado, a Fenprof mostra-se preocupada com o risco associado à Covid-19 nas escolas e apela ao Governo para que contribua com soluções que permitam aos estabelecimentos de ensino reduzir as hipóteses de potenciais infeções.
Mário Nogueira lembra que “são 1.050 as escolas por onde a Covid já passou ou está presente, com muitos alunos e professores em casa, alguns por serem de grupos de risco, outros por estarem de quarentena”.
A falta de distanciamento nas salas de aula é outro dos problemas, a que acresce a falta de limpeza dos espaços, “porque não há assistentes operacionais suficientes”, constata o líder da Fenprof.
Além disso, as escolas estão “sem rastreios para situações de Covid, sejam elas de professores, alunos ou funcionários”, o que, segundo Mário Nogueira, resulta num quadro de insegurança que faz com que “90% dos professores afirmem sentir-se preocupados ou com medo quando estão no contexto de sala de aula”.