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Coronavírus

Covid-19. Farmacêuticos disponíveis para vacinar, mas ainda sem "proposta concreta"

16 dez, 2020 - 18:44 • Hugo Monteiro

Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos defende-se das críticas do coordenador nacional para a vacinação contra a Covid-19, que acusou as farmácias de terem sido "um obstáculo" na campanha de vacinação da gripe, razão pela qual as farmácias foram excluídas da primeira fase de vacinação contra o novo coronavírus.

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As farmácias ainda não foram contactadas para participar na vacinação contra a Covid-19.

É a reação da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos às afirmações do coordenador do Plano Nacional de Vacinação (PNV) contra a Covid-19 que, esta quarta-feira, justificou a exclusão das farmácias da primeira fase de vacinação com o que disse ser a “deficiente organização” durante a campanha de vacinação para a gripe sazonal.

Francisco Ramos chegou, mesmo, a acusar a Associação Nacional de Farmácias (ANF) de ter sido um “obstáculo” ao sucesso, referindo que só conta com as farmácias a partir da segunda fase de vacinação.

Na resposta, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, refuta, em declarações à Renascença, quaisquer responsabilidades e diz que não compreende “estas conversas atabalhoadas”, nem percebe “o quê que isto tem a ver com a vacinação da Covid”.

“Eu estaria à espera, como cidadã e como bastonária dos farmacêuticos, que o dr. Francisco Ramos, se quer contar com os farmacêuticos, que nos fizesse uma proposta concreta”, sublinha Ana Paula Martins, acrescentando que o coordenador da ‘task-force’ para a vacinação contra a Covid-19 “reuniu connosco 10 minutos, mandou-nos uma carta para comentarmos o plano – coisa que estamos a fazer no dia de hoje”.

Noutro plano, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos devolve ao ministério da Saúde as críticas relativas aos constrangimentos verificados na vacinação da gripe sazonal.

“Não fomos nós que comprámos dois milhões de vacinas quando eram necessárias, pelo menos, só para os seniores, 2,5 milhões; não fomos nós que não comprámos mais vacinas, porque não tínhamos mais para comprar - porque elas foram desviadas para o SNS - e não fomos nós que deixámos de vacinar 200 mil seniores com as vacinas que nos foram entregues pelo SNS”, argumenta Ana Paula Martins.

“Não ficamos com as responsabilidades do ministério da Saúde, só ficamos com as responsabilidades que são dos farmacêuticos, ponto final, parágrafo”, remata a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.

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