15 dez, 2020 - 13:25 • Henrique Cunha
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A Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS) recomenda que "devem ser evitadas as deslocações dos utentes a casa de familiares para os convívios de Natal e Ano Novo". A União das Misericórdia também apela à manutenção dos idosos nos lares durante as festas.
Em comunicado, a CNIS afirma que, nas situações em que os utentes optam pelos encontros familiares, "deverá ser acautelado, aquando do regresso do idoso ou da pessoa com deficiência que fiquem descartadas as possibilidades de infeção e de futuro contágio".
A nota assinada pelo presidente da CNIS, o padre Lino Maia, reforça a ideia de que eventuais contágios têm "consequências que podem ser devastadoras", não apenas para o utente infetado, "mas para todos os outros e para os trabalhadores".
A CNIS recomenda que se alargue o horário das visitas, que se aumente o número de visitas e que se reforce o recurso às videochamadas, porque "vale a pena um esforço acrescido para não se criarem agora circunstâncias com reflexos em janeiro, difíceis de serem encaradas e ultrapassadas".
A nota reconhece que “as saídas, em especial nesta época do Natal, constituem um aspeto muito importante da manutenção das referências e do equilíbrio físico e mental dos residentes nas instituições”, mas lembra também que “os contactos com pessoas fora destes espaços, aumenta o risco de exposição da pessoa residente ao vírus e, eventualmente de outros residentes que possam vir a ser infetados, no regresso à instituição”.
Por isso, “pese, embora a autonomia das instituições”, a CNIS, “recomenda que devem ser evitadas as deslocações dos utentes a casa de familiares”, neste Natal e Ano Novo.
Também a União das Misericórdias recomenda neste Natal à manutenção dos idosos nos lares.
O seu presidente Manuel Lemos lembra que o cumprimento das regras da DGS "torna difícil o rápido regresso dos idosos às instituições".
“As indicações que temos é o cumprimento das recomendações da DGS e isso obriga-nos a que, se os idosos saírem, depois, quando regressarem tem que voltar pela via do sistema do isolamento”, refere Manuel Lemos, ao mesmo tempo que deixa o alerta de que “as instituições tem no máximo três quartos de isolamentos, torna-se por isso difícil que quem sair volte rapidamente para as instituições".
O presidente da União das Misericórdia recupera afirmações da chanceler alemã, Angela Merkel, para deixar uma recomendação às famílias: “Angela Merkel reconhece ser um sacrifício muito grande não passarmos o Natal com os idosos, mas afirma que mais vale sofrermos este ano e para o termos os nossos idosos; do que não sofrermos e sermos comodistas e para o ano não termos idosos para jantarem connosco”. Portanto, “é essa a recomendação que a União das misericórdias dá”.