17 dez, 2020 - 19:36 • Filipe d'Avillez , André Rodrigues
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O Governo voltou atrás em relação ao que tinha dito há duas semanas e decidiu proibir todos os festejos de Ano Novo.
António Costa disse, esta quinta-feira, que embora não haja novas restrições para o Natal, haverá recolher obrigatório a partir das 23h00 de dia 31 de dezembro, e a partir das 13h00 nos dias 1, 2 e 3 de janeiro.
"Sobre a noite de Passagem de Ano e as medidas para os dias 1, 2 e 3, estas vão ser aplicadas em todo o país e em todos os concelhos", esclareceu o primeiro-ministro.
Costa explicou a decisão, em primeiro lugar, com o facto de ser uma altura em que "vai haver muita circulação entre os concelhos" e, em segundo lugar, "pela natureza dos festejos de Ano Novo", pelo que, segundo o chefe do Executivo, "esta medida só será eficaz quando aplicada por igual em todo o país".
"Celebremos o Ano Novo cada um em sua casa, com a sua família e adiemos o grande festejo do próximo ano para mais tarde", sugeriu António Costa.
Na sua intervenção, Costa elogiou o funcionamento do primeiro período do ano letivo nas escolas, apesar da pandemia de Covid-19, e garantiu que não estão previstas alterações no calendário escolar.
O Governo decidiu manter os horários dos restaurantes no Natal, mas optou por reduzi-los na passagem do ano, determinando que encerrem às 22h30 no dia 31 e às 13h00 nos dias 1, 2 e 3 de janeiro.
Coronavírus
O número de concelhos com risco elevado aumentou l(...)
Quanto ao Natal, não há novidades e as famílias são livres de se encontrarem, mas o Governo fez várias advertências, com Costa a pedir que as pessoas tenham o maior cuidado e que, nos dias depois do Natal, dupliquem os esforços de confinamento, para evitar a multiplicação exponencial dos riscos que naturalmente advêm dos encontros natalícios.
António Costa rejeitou, contudo, impor limites aos encontros no Natal, preferindo confiar no bom senso das famílias portuguesas. "Esses limites podem funcionar noutros países, mas no nosso país não funcionariam", disse.
"Os portugueses têm demonstrado um enorme bom senso", elogiou, ainda, o primeiro-ministro, ao mesmo tempo que avisou que "é fundamental termos o menor número possível de pessoas dentro de casa e passarmos o menor tempo possível à mesa".
"Cada um de nós é um risco e o risco é tanto maior quantos mais formos e o menos protegidos estivermos", disse Costa, pedindo, ainda, que as pessoas passem o menos tempo possível em espaços fechados e sem máscara.
"Temos de celebrar o Natal, sim, mas com todo o cuidado", disse ainda o primeiro-ministro, acrescentando o desejo de que o Natal seja "um tempo de partilha de afetos, mas não de vírus".
Em resposta à pergunta colocada pela Renascença, sobre a decisão de manter as reuniões presenciais com o presidente francês, Emmanuel Macron, que esta quinta-feira testou positivo para o novo coronavírus, António Costa sublinhou a importância do encontro com o chefe do Estado francês a menos de duas semanas do início da presidência portuguesa da União Europeia.
Costa reconheceu que, "infelizmente, nem tudo se consegue resolver à distância" e que "a proximidade implica riscos".
"Aquilo que eu tenho a desejar ao presidente Macron é a sua rápida recuperação e que não tenha produzido contaminações de mais contaminações de mais ninguém, a começar por mim próprio que desejo também não ter ficado contaminado”, concluiu.
O Conselho de Ministros iniciou uma reunião, pelas 15h00, no Palácio da Ajuda, no dia em que o Parlamento aprovou a renovação da emergência por causa da pandemia de Covid-19.
O primeiro-ministro anunciou, a 5 de dezembro, um abrandamento das restrições para o Natal e Ano Novo, nomeadamente a possibilidade de circulação entre concelhos entre os dias 23 e 26 de dezembro, entre outras, mas voltou atrás no que diz respeito ao Ano Novo.
António Costa ressalvou na altura que não hesitaria em “puxar o travão de emergência” caso a pandemia se agravasse em Portugal.
O primeiro-ministro prometeu uma reavaliação das medidas para sexta-feira, 18 de dezembro, mas as novidades acabaram por ser anunciadas esta quinta-feira.
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