26 dez, 2020 - 14:52 • Lusa
A Antram disse hoje acreditar que todos os motoristas portugueses retidos em Dover, Reino Unido, passem a fronteira inglesa com França até ao final do dia e diz que “terão de ser assumidas as responsabilidades políticas” pela situação.
“Nós acreditamos que de manhã, às primeiras horas da manhã, ainda mais de 100 motoristas não tinham passado a fronteira. Neste momento acreditamos que até ao final do dia todos os motoristas terão passado a fronteira e estarão em trânsito para as suas localidades”, disse à Lusa o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), André Matias de Almeida.
“A última informação que tínhamos é que, até ao final do dia de hoje, a situação estará regularizada, mas que ainda não está”, acrescentou o responsável.
Na opinião do também advogado, “terão de ser assumidas as responsabilidades políticas” pela situação vivida pelos motoristas nos últimos dias e, também, pelas consequências sofridas pelas empresas.
O porta-voz da associação patronal lembrou que a França decidiu proibir a entrada de pessoas provenientes do Reino Unido para fazer face a uma nova estirpe do SARS-CoV-2, 70% mais contagiosa, porém, “nos 3.000 testes havia apenas três a cinco motoristas infetados”.
“Depois sucederam-se convívios entre motoristas, como é normal, depois de estarem ali retidos e, portanto, cumpre perguntar se esses motoristas entretanto se infetaram todos uns aos outros - perante estes testes negativos que, como sabemos, não correspondem ao período de incubação - quem é que vai assumir a responsabilidade política, se houver muito mais motoristas infetados a trazer essa nova estirpe para a Europa continental, coisa que não aconteceria se estes motoristas estivessem em trânsito dentro dos seus próprios camiões”, questionou Matias de Almeida.
“É obvio que, agora, com o regularizar da situação, o desfoque neste caso vai acontecer, mas isso nem sequer atribui às empresas melhores condições económicas, face ao prejuízo que tiveram com esta situação, nem, por outro lado, coloca estas pessoas a passar o Natal com as suas famílias”, concluiu.
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