29 dez, 2020 - 15:38 • Redação
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João Paulo Gomes, investigador no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), confirma os 18 casos da variante britânica do SARS-CoV-2 detetados no arquipélago da Madeira.
Em relação aos novos casos, João Paulo Gomes disse em relação à ciculação da nova variante na capital, que essa informação "não se confirma". "Todos os casos são associados à Madeira.", disse.
No entanto, referiu depois que há vários casos suspeitos e que "não se admiraria que se encontrassem casos" em Lisboa, como já aconteceu em outras cidades europeias.
"Quando vamos às bases de dados públicas, nas quais estão depositadas as sequências dos genomas dos vírus que correspondem a esta variante, existem 15 países”, Reino Unido em primeiro, Portugal em segundo.
“Isto não é particularmente preocupante para nós, é algo para o qual devemos estar preparados”, ilucidou.
Na segunda-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, tinha afirmado que um dos 18 casos identificados tinha origem em Lisboa e Vale do Tejo.
O Instituto está a entrar numa segunda fase de deteção desta variante em Portugal. Neste momento, disse o reponsável,vão ser seguidas duas pistas. Em primeiro lugar, as pessoas com historial de viagem ao Reino Unido. “O Insa está a contactar os laboratórios onde os diagnósticos [positivos] foram efetuados para que os laboratórios enviem a amostra”, afirma João Paulo Gomes.
NÚMERO DE CASOS DE COVID-19 EM PORTUGAL
O mesmo responsável disse ainda que alguns dos testes usados atualmente e que conseguem detetar várias regiões do vírus, falham na deteção de uma delas. “Isto é uma fortíssima indicação de se tratar da variante do Reino Unido”, explica o investigador do Insa.
João Paulo Gomes disse ainda que estão muitas amostras já a chegar do aeroporto de Lisboa e do Porto. O mesmo valorizou ainda que outros laboratórios, muitos deles privados, com amostras suspeitas tomaram a iniciativa de contactar o Insa com o objetivo de enviar amostras.
"Os testes realizados a Covid 19 falham a deteção de algumas das
regiões. Isso é um indicio. Estamos a perseguir a variante no país", disse Gomes.
"Dentro de uns dias será possível confirmar se a variante já está a circular no continente ou não. Mas será um trabalho contínuo. E o trabalho de vigilância na sequenciação genómica do vírus vai ser intensificado", referiu.
O especialista disse ainda que desde que as amostras chegam ao laboratório até haver resultados são necessários quatro dias. Esta nova estirpe pelas suas características é até 70% mais contagiosa.