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TAP. Pedro Nuno Santos força Frasquilho a rejeitar aumento de 1.500 euros mensais

29 dez, 2020 - 15:23 • Redação

O ministro não terá feito o mesmo em relação aos outros aumentos. Pedro Nuno Santos concorda com o aumento salarial de Ramiro Cequeira, que vai ganhar o dobro com a promoção a CEO.

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Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP, abdicou do aumento de €1.500 mensais líquidos na sua remuneração. Uma decisão que terá sido forçada pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, segundo avança o jornal "Expresso".

O salário do chairman da transportadora volta assim aos €12 mil por mês, em vez dos €13,5 mil decididos em fim de outubro.

Os salários dos gestores da companhia são decididos pela Comissão de Remunerações e Vencimentos e não pelo Governo. Assim, teve de ser o próprio Miguel Frasquilho a recusar o aumento que já tinha aceitado.

O ministro não terá feito o mesmo em relação aos outros aumentos. Segundo o semanário, que cita fonte próxima do governante, Pedro Nuno Santos concorda com o aumento salarial de Ramiro Cequeira, que vai ganhar o dobro com a promoção de chief operations officer (COO) a CEO interino, uma vez que o gestor foi ganhar menos do que Antonoaldo Neves (o anterior CEO). Como CEO da empresa, não podia ganhar abaixo dos outros membros da comissão executiva.

A revisão salarial dos administradores da companhia aérea foi feita antes de o Governo enviar a Bruxelas a proposta de plano de reestruturação da TAP, que é condição para o apoio público à companhia aérea. A mesma prevê que os trabalhadores da TAP terão reduções salariais de 25%, no âmbito do plano de reestruturação, ficando isentas de corte as remunerações base até 900 euros.

A notícia dos aumentos salariais gerou uma onda de críticas. No Twitter, Rui Rio ironizou, dizendo que um "Governo de esquerda - que se diz sempre preocupado com os mais desfavorecidos" aprovou aumentos numa "empresa falida que só sabe viver de mão estendida para o contribuinte".

Também o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre os aumentos. "Não é compreensível ou aceitável" que se estejam a prever cerca de 2000 despedimentos e reduções salariais de 25% aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, se decidam subidas salariais na administração, afirmaram os bloquistas.

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  • Observador
    29 dez, 2020 Portugal 19:33
    Não sei porquê, ao ler esta vergonha, lembrei-me das previsões catastrofistas e do choradinho do Patronato, por causa dum aumento insignificante do salário mínimo, que para as pessoas a única certeza que traz é que se antes roçavam o limiar da pobreza... agora vão continuar a roçá-lo. E estes tipos, aumentam-se a eles mesmos e cá duma maneira... Isto numa empresa tecnicamente falida e que sobrevive à custa de milhares de milhões de euros dos nossos impostos.
  • Cidadao
    29 dez, 2020 Lisboa 19:03
    Na TAP, para a arraia miúda , o desemprego, para os que sem eles não há TAP, os cortes de 25% nos salários, para estes... destes... um aumento gigante, e dado por eles, a eles mesmos. Nada como ser Juiz em Causa própria. Uma única palavra: VERGONHOSO!
  • manuel ferraz
    29 dez, 2020 Porto 16:08
    Mais uma VERGONHA. Mas como estas à mais camufladas. Então aumentam-se uns aos outros como e quando querem . Para estes é no dobro enquando o salário mínimo é o que é. Viva a democracia.

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