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​Covid-19: "Portugal atravessa dos picos mais acentuados após festas de fim de ano"

05 jan, 2021 - 18:50 • Pedro Mesquita

O alerta é deixado na Renascença pelo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

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Na sequência das festas de fim de ano, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a viver um dos maiores picos de pressão, por casos de Covid-19, desde o início da pandemia e o embate ainda só está no início. O alerta é lançado, em declarações à Renascença, pelo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Carlos Cortes diz que é todo o SNS que está próximo do limite, não se refere apenas aos hospitais do Centro.

“A situação nos hospitais do Centro, provavelmente, é muito semelhante àquela que acontece no resto do país. Já começamos a sentir o impacto daquilo que aconteceu no final do ano. As pessoas juntaram-se e isso teve repercussões. Várias dessas pessoas ficaram infetadas e agora estão internadas nos hospitais”, afirma o responsável da Ordem dos Médicos.

Carlos Cortes não tem dúvidas de que o Serviço Nacional de Saúde “está neste momento a atravessar uma fase de grande dificuldade devido ao número de casos”, muito próximo do limite.

“Esta fase era espectável. Não era nenhuma surpresa. Há um aumento dos casos covid e dos internamentos. O CHUC [Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra] tem quase o dobro de doentes internados do que tinha na primeira vaga da pandemia, mas tem “menos profissionais no serviço de medicina”, sustenta.


O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirma que o cenário de pré-rutura no Centro tem paralelo com “imensas dificuldades” noutros locais do país, como Lisboa e Porto, “pelo maior afluxo de doentes que precisam de internamento e de cuidados diferenciados”.

“O pós-festas de fim de ano é dos picos mais acentuados que nós temos. O impacto que o SNS está a ter tem sobretudo a ver com casos de Covid. A gripe sazonal, neste momento, quase não existe em Portugal”, sublinha Carlos Cortes em entrevista à Renascença.

O Presidente da República propôs esta terça-feira ao Parlamento renovação do estado de emergência até 15 de janeiro. Marcelo Rebelo de Sousa defende o reforço da proteção social em tempo de crise pandémica.

Portugal regista esta terça-feira mais mais 90 mortes, 4.956 casos e 89 internados com Covid-19, avança a Direção-Geral da Saúde (DGS). Este é o quarto dia com mais mortes desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.

Há neste momento em Portugal 170 mil pessoas em isolamento, seja por motivo de doença seja profilaticamente, e 417 surtos ativos. O número foi revelado pela diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, na habitual conferência de imprensa para acompanhar a evolução da Covid-19 em Portugal.

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