05 jan, 2021 - 16:29 • Cristina Nascimento
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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, lembra que, mesmo após a vacinação, “nem todas as pessoas vão ficar imunizadas”.
O alerta fez-se ouvir na conferência de imprensa da DGS desta terça-feira.
“A vacina não é 100% eficaz e nós não temos ainda imunidade de grupo”, explicou a responsável, acrescentado que, por isso, “vacinar não quer dizer abandonar os critérios de proteção”.
O apelo foi lançado numa altura em que, pelas contas da DGS, cerca de 32 mil pessoas já começaram o seu esquema de vacinação, lembrando que este só está completo depois de administradas as duas doses.
Ainda sobre a campanha de vacinação em curso, esta responsável recordou que os utentes e funcionários em lares com surtos ativos não serão vacinados agora, mas garantiu que “ninguém vai ficar para trás”. Os casos são registados, explicou, e 28 dias depois do aparecimento do último caso, esse lar pode voltar a ficar na lista de instituições para receber as vacinas.
Nesta conferência de imprensa, Graça Freitas dá como praticamente certo que, à semelhança do que se está a verificar noutros países europeus, os números de casos da doença vão agravar-se, mas mostrou otimista quanto à capacidade do Serviço Nacional de Saúde.
“O SNS já tem dado provas de uma grande capacidade de adaptação”, disse Graça Freitas.
Questionada sobre a morte de uma auxiliar do IPO do Porto que dias antes do óbito foi vacinada contra a Covid-19, Graça Freitas revelou que o caso está a ser investigado.
" Há fenómenos que podem estar temporalmente relacionados, não quer dizer que um seja causa do outro. Temos de aguardar serenamente a investigação”, disse a diretora-Geral da Saúde, expressando ainda os pêsames à família enlutada.
Graça Freitas referiu-se ainda ao possível adiamento da toma da segunda dose da vacina, prática que está a ser equacionada nalguns países, como no Reino Unido. A diretora-Geral referiu que essa hipótese está a ser estudada em vários planos.
A diretora-Geral da Saúde foi questionada ainda sobre a nova estirpe da doença que surgiu no Reino Unido. "Esta variante parece que, de facto, se transmite mais facilmente, mas não há nenhuma informação de que será mais grave”, recordou.
No entanto, ao que tudo indica parece ser mais contagiosa entre os mais jovens. Ainda assim, para já não está em cima da mesa qualquer alteração de orientações para as escolas.
“À data, a nossa indicação para as escolas é que continuem o bom exemplo do primeiro período", rematou.