07 jan, 2021 - 14:37 • Ricardo Vieira , Cristina Nascimento
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O primeiro-ministro admitiu esta quinta-feira que na próxima semana o Governo poderá tomar medidas mais restritivas para fazer face ao aumento de contágios e adiantou que vai já proceder à audição dos partidos e dos parceiros sociais.
"O cenário que podemos ter como provável é voltar a um conjunto de medidas tipo as que adotamos em março, com a ressalva de todos os especialistas nos indicarem que não se justifica afetar o normal funcionamento das escolas”, disse António Costa.
O líder do executivo referiu que os números referentes novos contágios verificados na quarta-feira e hoje rondam os dez mil, "o que indicia um agravamento da situação epidemiológica" no país. A manter-se esta tendência, esclareceu o Chefe do Governo, terão de ser adotadas medidas mais duras, à semelhança do que "tem vindo a acontecer na generalidade dos países da Europa", acrescentou Costa.
Portugal registou quase 10 mil casos e 95 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, avança a Direção-Geral da Saúde (DGS). Esta quinta-feira é o segundo dia com mais mortes e casos desde o início da pandemia.
António Costa justificou o eventual endurecimento de medidas por considerar que não pode ser posto "em risco o enorme esforço que foi feito até
agora".
O primeiro-ministro anunciou anunciou que no próximo fim de semana, de 9 e 10 de janeiro, estão proibidas as deslocações entre concelhos e será imposto um recolher obrigatório, a partir das 13h00, em todos os municípios com mais de 240 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
António Costa referiu que a medida de recolher obrigatório só não se aplica a 25 concelhos, com menos casos de Covid-19 (Consulte aqui a lista).
O chefe do Governo admite que podem ser tomadas novas restrições na próxima semana, depois da reunião com os peritos marcada para dia 12, na sede do Infarmed.
Sobre a realização da campanha eleitoral para as eleições presidenciais, agendadas para 24 de janeiro, neste cenário de restrições, Costa recordou que “a lei do estado de emergência, que vigore desde 1986, não permite qualquer tipo de restrição à atividade política”. Como tal, não haverá nenhuma interdição às campanhas eleitorais, embora sejam expectáveis ajustes face ao atual cenário.