15 jan, 2021 - 12:04 • Joana Gonçalves
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Com o número de internamentos devido à Covid-19 a aumentar de dia para dia, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aproximam-se do limite, com uma ocupação de 91% nas camas afetas a estes doentes, em unidades de cuidados intensivos (UCI).
Na passada quinta-feira, o número de internados com a doença ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos 600, em UCI. De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, estão afetas à Covid-19 em hospitais do SNS um total de 4.473 camas, divididas em 672 de medicina intensiva e 3.801 de enfermaria.
Uma vez que o número de doentes internados com o novo coronavírus em enfermaria atingiu, segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, os 3.757, a taxa de ocupação aproxima-se dos 99%, nestas unidades.
Os dados disponibilizados pela tutela de Marta Temido, em resposta à Renascença, dão ainda conta de uma reserva de 661 camas já asseguradas pelo ministério, em caso de necessidade. “Salienta-se, que à resposta do SNS podem acrescer outras respostas através de acordos de convenção efetuados pelas Administrações Regionais de Saúde, subcontratações diretamente efetuadas pelos hospitais do SNS, e mesmo camas de estruturas militares. A 11/01/2021, de acordo com a informação veiculada pelas ARS, estavam disponíveis nestas estruturas um total de 661 camas: 386 Covid-19 e 275 não Covid-19”, refere fonte do ministério.
Os acordos de convenção mais recentes efetuados pelas Administrações Regionais de Saúde permitem aumentar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde em 386 camas para doentes Covid-19.
À data atual, os hospitais do SNS somam cerca de 18 mil camas de enfermaria e 1.100 camas habilitadas para a prestação de cuidados de medicina intensiva. O ministério adianta ainda que “o SNS tem outras necessidades de internamento para além da Covid-19, razão pela qual a capacidade afeta à Covid-19 vai sendo gerida em função das necessidades e disponibilidades”.
A ARS Norte soma o maior número de camas em UCI alocadas aos combate à pandemia. No entanto, é a ARS de Lisboa e Vale do Tejo que apresenta o mais camas Covid-19, no total de UCI e enfermaria. A ARS do Alentejo regista menos de 30 camas em UCI, para dar resposta a doentes com o novo coronavírus.
Na quarta-feira, o Ministério da Saúde ordenou aos hospitais o adiamento das cirurgias programas normais ou prioritárias, devido à pressão sobre o SNS. O despacho não manda suspender a cirurgia urgente ou muito prioritária e não se aplica a hospitais como o Instituto Português de Oncologia (IPO).