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Covid-19

Hospital Santa Maria. "Estamos no limite, procura aumentou cerca de 70% em 15 dias"

16 jan, 2021 - 16:12 • Sofia Freitas Moreira , Joana Azevedo Viana

Se números continuarem a aumentar, há risco de uma situação de rutura, admite presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

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O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN), Daniel Ferro, alertou este sábado que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, "já está a tratar doentes para além da capacidade que instalou".

"Estamos próximos do limite, mas ainda com capacidade de adaptação", refere. De acordo com o presidente do CHULN, a situação de sobrecarga do hospital não se pode alongar por mais do que uma ou duas semanas. "É preciso que estabilize. Esperemos que em duas semanas esta situação fique controlada".

Daniel Ferro alertou que, "se a procura crescer mais 80 ou 90% nos próximos dias, não há capacidade no sistema".

"Não há situações de caos, há situações de pico", esclarece, um dia depois de terem sido denunciadas cenas de caos com ambulâncias retidas em filas durante horas.

"Não estava previsto uma dimensão de necessidades desta ordem. Tivemos de acrescentar ao plano de contingência que tínhamos completado na semana passada, por um período curto e de forma limitada", explicou Daniel Ferro durante uma conferência de imprensa que decorreu às portas do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Apesar da situação pontual de congestionamento, verificada na noite de sexta-feira, "não houve necessidade de transferir doentes", sublinhou o responsável, acrescentando que, neste momento, o hospital conta com 201 internados e 45 pessoas nas unidades de cuidados intensivos.

Ainda assim, Daniel Ferro fala numa situação "de crise" com um "sobresforço bem visível" no facto de, entre as cinco unidades Covid que vão estar em funcionamento nos próximos dias, "três delas serem unidades novas, instaladas em sítios que não têm a ver com cuidados intensivos".

Daniel Ferro apelou ainda para a sociedade em geral acrescer cuidados, de forma a evitar uma situação de rutura, numa altura em que as mortes provocadas pela Covid-19 atingem novos máximos diários constantes, tal como o número total de novas infeções diárias.

Situação não é única no país

"Este hospital, que é um hospital de fim de linha, é um hospital que já está a tratar doentes para além da capacidade que instalou. E não somos o único hospital em que isto está a acontecer" reforçou Daniel Ferro.

O diretor do CHULN, que além do Santa Maria inclui o hospital Pulido Valente, vincou o "alerta para que fenómenos de picos como o que ocorreu ontem [sexta-feira], e que pode ocorrer nos próximos dias, são expectáveis numa situação em que a capacidade do sistema está muito próxima do limite".

"A instituição, que está perfeitamente dimensionada para tratar a sua população, consegue tratar a população toda, mas se a população toda começa a ter muitos hospitais sem capacidade, um ou dois hospitais não têm capacidade de absorver todas as necessidades da região", completou.

Só este sábado, morreram 166 pessoas e foram contabilizados 10.947 novos casos, dois novos máximos nacionais desde o início da pandemia.

As novas medidas tomadas pelo Conselho de Ministros para controlar a pandemia de Covid-19, entre as quais o dever de recolhimento domiciliário, entraram em vigor às 00h00 da última sexta-feira.

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