17 jan, 2021 - 20:12 • Vítor Mesquita e redação
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O Governo convocou um Conselho de Ministros extraordinário para segunda-feira para discutir novas medidas de confinamento.
Em causa está a reação da população ao confinamento anunciado pelo Governo na semana passada, que entrou em vigor na sexta-feira, e à pressão a que os hospitais estão sujeitos depois de uma semana de aumentos sustentados de novas infeções, mortes e internamentos.
Fonte do Governo adiantou à Renascença que do encontro deverá sair a proibição de venda de bebidas, sobretudo alcoólicas, ao postigo ou à porta dos estabelecimentos, com o "objetivo de evitar ajuntamentos à porta de cafés".
A mesma fonte indica que a abertura dos ATL para crianças até aos 12 anos "deverá ser reavaliada".
O Executivo deverá reunir por meios digitais logo após a conferência de imprensa de Marta Temido, ministra da Saúde, prevista para as 11h00, e que se vai seguir à reunião do grupo de trabalho de vacinação no país.
Marta Temido, ministra da Saúde, admitiu este domingo que todo o sistema de Saúde está "muito próximo do limite" e criticou a atitude dos portugueses face às medidas de confinamento apresentadas, apelando para que as pessoas fiquem em casa.
"Não vale a pena dizer que são as exceções que justificam os comportamentos. O número de exceções que temos hoje é semelhante ao de março; a mentalidade das pessoas, a reação das pessoas é que é diferente”, considerou.
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A ministra da Saúde foi mais longe, referindo que parece haver até um “menor incómodo face aos óbitos, face aos internamentos, face aos contágios” e isso, acrescentou, “não é compatível” com o combate à pandemia de Covid-19.
Os hospitais portugueses, em particular na região de Lisboa e Vale do Tejo, estão "no limite" e a ativar o "nível máximo de contingência", sendo que há doentes retidos durante várias horas em ambulâncias e há uma morte confirmada dentro do meio de transporte.
Já este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, admitiu um potencial agravamento de medidas, considerando que o confinamento não está a ser levado a sério, e declarou-se sujeito ao escrutínio dos portugueses pela gestão política da resposta à Covid-19.
"Pode ser necessário ir mais longe no fechamento de atividades que ainda ficaram abertas, como sinal à sociedade", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no Hospital de Santa Maria, adiantando que, "se for preciso reponderar medidas, o Governo naturalmente terá o apoio do Presidente da República".
Portugal registou, este domingo, um total de 152 mortes por Covid-19, e mais 10.385 casos, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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Desde 2 de abril que o país não tinha um crescimento tão grande de internados, são agora mais 236, num total já muito perto dos cinco mil (4.889). Nas unidades de cuidados intensivos há também mais nove doentes, num total de 647.
Portugal é o país da União Europeia com a maior média de novos casos por milhão de habitantes, segundo os dados da "Our World in Data". A nível mundial, apenas Israel supera a marca portuguesa neste momento.
No sábado, Portugal tornou-se, pela primeira vez, no país com maior média de novos casos por milhão de habitantes na Europa, superando a Irlanda, República Checa e Andorra.
Portugal está desde sexta-feira em novo regime de confinamento geral até 30 de janeiro, para “limitar a propagação da pandemia e proteger a saúde pública”.
O dever geral de recolhimento domiciliário, em que “a regra é ficar em casa”, prevê deslocações autorizadas para comprar bens e serviços essenciais, para trabalhar (quando não se aplicar o regime de teletrabalho, que passou a ser obrigatório), para ir à escola, para a prática de atividade física e desportiva ao ar livre ou para participar em ações de campanha eleitoral no âmbito das eleições presidenciais
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