20 jan, 2021 - 21:02 • André Rodrigues
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O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) admite que, desde o início de dezembro do ano passado, Portugal regista aproximadamente 30 mil casos da variante da Covid-19 identificada no Reino Unido.
“Através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, [o INSA] estima que, desde o início de dezembro, tenham sido registados, a circular em Portugal, cerca de 30 mil casos com a variante recentemente identificada no Reino Unido”, lê-se num comunicado.
O INSA esclarece, por outro lado, que “em relação às variantes do Brasil e da África do Sul, não foram identificados, até à data, quaisquer casos”
Dados analisados até 20 de janeiro permitem observar “um crescimento da frequência de casos da variante do Reino Unido a uma taxa de 70% por semana, pelo que as estimativas apontam para que, daqui a três semanas, esta variante possa representar cerca de 60% de todos os casos Covid-19 em Portugal”, avisa o Instituto Ricardo Jorge -- um número que Manuel Carmo Gomes já tinha adiantado à Renascença esta manhã.
Dada a transmissibilidade acrescida, os especialistas do INSA admitem um aumento da frequência desta estirpe, “naturalmente ao longo do tempo, mesmo que o número de casos diminua, como se espera que aconteça com o confinamento”.
Perante este quadro, “é da maior importância o cumprimento escrupuloso das medidas de confinamento decretadas”, acrescenta a nota.
Os dados reunidos até à data, “mostram que não existe diferença na distribuição etária dos casos Covid-19, com e sem a variante do Reino Unido”.
Para ambas as situações, o INSA esclarece que “as faixas etárias mais atingidas são dos 20 aos 50 anos”.
“De forma a alargar a vigilância com base na sequenciação genética, o INSA está a receber amostras referentes ao mês de janeiro, provenientes de dezenas de laboratórios de todo o país, para fazer a monitorização alargada e com representatividade geográfica, da emergência, evolução e distribuição de todas as variantes genéticas do SARS-CoV-2 que circulem em Portugal”, conclui o Instituto Ricardo Jorge.