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Covid-19 em Portugal

Variante inglesa a subir em Portugal. Previsão aponta que chegue aos 60% já em fevereiro

20 jan, 2021 - 14:10 • Joana Gonçalves

Relatório do INSA revela que a frequência da nova variante mais do que duplicou, nas últimas semanas. Manuel Carmo Gomes adianta que o país tem, neste momento, “uma carga de doença tremenda na população” e defende que a única solução é parar os contactos e colocar as crianças e jovens em ensino à distância.

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Numa altura em que Portugal atravessa a pior fase da pandemia, Manuel Carmo Gomes adianta que a nova variante do SARS-CoV-2, inicialmente detetada no Reino Unido, está a aumentar em Portugal.

De acordo com o relatório do INSA, submetido na página virological.org, a proporção desta variante, face às amostras de testes positivos analisadas, atingiu os 13.3%, na segunda semana de janeiro. A frequência da variante aumentou, por isso, a um ritmo de 70% por semana, o que leva os investigadores a assumir que, se assim se mantiver, a frequência de casos da nova variante pode atingir os 60% na primeira semana de fevereiro.

Esta terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu fechar as escolas "se a estirpe inglesa da Covid-19 for predominante" no país.

Carmo Gomes, professor de epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, reforça as críticas à decisão do Governo de manter as escolas e universidades abertas e defende que, “mesmo que não houvesse nova variante, a aceleração com que estamos na subida de casos é suficiente para recomendar imediatamente que se pare tudo”.

“A carga de doença da população é já tão alta que nem dá para estarmos aqui em discussões académicas, sobre onde é que os miúdos se infetam, se é na sala de aula, se é no corredor, se é à porta da escola se é nos transportes públicos. Isso já é uma discussão académica. Estamos com uma carga de doença tremenda na população, só temos uma solução, que é parar os contactos”, afirma.


O professor de epidemiologia revela, ainda, que alguns dos casos hoje conhecidos “estão a mais, isto, é são casos atrasados de ontem e antes de ontem”.

Ainda assim, e apesar de acreditar que o nível de contágio não é assim tão alto, “vamos direitos para lá e continuamos a subir”. “Vai continuar a subir, a questão é saber se estamos a desacelerar ou não”, defende.

Relativamente ao alarmante número de mortes de doentes Covid-19 registado na última semana, o especialista esclarece que, “aparentemente, o número de óbitos está a subir mais depressa do que o número de casos e internamentos sugeriria”. “Eu não sei exatamente qual é a explicação para isso. Todos nós temos a sensação de que o número de óbitos está a subir demasiado depressa”, assegura.

Quanto ao número de internamentos, Carmo Gomes adianta que “pode ter como garantido que vai continuar a subir”.

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