21 jan, 2021 - 16:56 • Redação
A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) disse esta quinta-feira que está a investigar os "acontecimentos gravíssimos" que tiveram lugar no passado domingo, 17 de janeiro, durante um jantar-comício do candidato presidencial André Ventura, em Braga, em que jornalistas que faziam a cobertura do evento eleitoral foram alvos de "insultos, ameaças e tentativas de agressão".
"A CCPJ teve conhecimento das ameaças contra jornalistas e dos danos causados em, pelo menos, uma viatura de serviço, no âmbito da cobertura da campanha eleitoral de um candidato às eleições presidenciais."
Em comunicado, a comissão lembra que esta "é a segunda vez no curto espaºo de dois meses que se verificam incidentes graves com jornalistas no decurso da sua atividade profissional".
A 14 de novembro, equipas do Observador e da TVI foram também alvo de insultos, ameaças e tentativas de agressão durante a cobertura do protesto convocado pelo setor da restauração, denominado "A Pão e Água", contra as restrições impostas pelo Governo para travar a propagação do coronavírus.
A CCPJ está já a "desenvolver esforços para apurar os factos, tanto junto dos jornalistas envolvivos, como das autoridades policiais, no sentido de identificar os responsáveis" pelo que aconteceu em Braga, durante o comício do Chega.
Neste contexto, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista pede "às autoridades policiais para fazerem respeitar a existência de condições dignas de trabalho para os jornalistas e às autoridades judiciais para que cumpram o estabelecido na lei, abrindo imediatamente processos de investigação aos responsáveis pelas agressões a jornalistas, já que este é um crime público".
Aos cidadãos, a CCPJ dirige um apelo para que "não aceitem nem alimentem tentativas de deturpação, desinformação e manipulação do trabalho jornalístico, nomeadamente nas redes sociais", que conduzem a episódios como os já ocorridos, e lembra que a exigência de rigor que deve ser feita aos jornalistas "em caso algum pode conter violência verbal e muito menos ameaças de violência física, como aconteceu naquela situação".