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Confinamento geral

Covid-19. Resposta do SNS está "no limite", assegura ministra da Saúde

20 jan, 2021 - 23:16 • Lusa

Marta Temido reconhece que os números da pandemia "são poderosíssimos" e admite que não esperava, um dia, ver-se confrontada com este cenário, "embora a estimativa seja que esta tendência se vai agravar nos próximos dias".

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A ministra da Saúde afirmou, esta quarta-feira, que a atual situação da pandemia está a colocar a capacidade de resposta do setor no limite e admitiu que os números ainda vão se agravar nos próximos dias.

“Os profissionais de saúde têm nos levado a acreditar que conseguem sempre fazer mais um pouco, mas neste momento sinto que estamos muito próximo do limite e que há situações em que estamos no limite”, afirmou Marta Temido na RTP3.

Na “Grande Entrevista” conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves, a ministra reconheceu que se está a “atingir o limite da capacidade de resposta”, apesar do crescimento do número de camas disponíveis para doentes de Covid-19.

“Quando entramos na segunda vaga, em novembro, tínhamos afetas à Covid-19, em ambiente do Serviço Nacional de Saúde, cerca de 1.145 camas e hoje temos cinco mil”, assegurou Marta Temido.

A ministra frisou ainda que vários hospitais da Grande Lisboa estão numa “situação muitíssimo complexa”, o que tem obrigado à reutilização dos meios disponíveis, à instalação de mais camas, ao recurso a outros setores da saúde, ao reforço do número de testes e à utilização de novas metodologias de rastreio de casos de covid-19.

“Neste momento, os números que enfrentamos são poderosíssimos com os quais nunca julgamos vermo-nos confrontados, embora a estimativa seja que esta tendência vai se agravar nos próximos dias” incluindo o número de mortes, afirmou Marta Temido.

De acordo com a ministra, o Governo utilizou “todas as respostas disponíveis” para responder à pandemia, começando, em abril, por “desenhar contratos para convenção, aos quais o setor privado poderia aderir em caso de necessidade de apoio ao Serviço Nacional de Saúde” (SNS), o que não se mostrou necessário na primeira vaga.

Em novembro, com o recrudescimento da situação epidemiológica, foi necessário ativar várias convenções na região Norte, adiantou Marta Temida, para quem “se não tivesse sido a colaboração de alguns grupos privados e do setor social, de hospitais-fundação e da União das Misericórdias Portuguesas, não teria sido possível vencer o mês de novembro”.

“Mais recentemente, temos procurado na Região de Lisboa e Vale do Tejo a celebração de todas as convenções possíveis para a prestação de cuidados de covid e não covid. Todos os dias procuramos aumentar a nossa capacidade de camas pagas pelo SNS”, garantiu a ministra.

Segundo disse, atualmente existem 52 acordos para apoio ao SNS, que podem incluir várias unidades de saúde do mesmo grupo, o que significa cerca de 850 camas dos setores privado e social e hospitais militares.

No caso concreto da Região de Lisboa e Vale do Tejo, foram formalizados quatro acordos para a prestação de cuidados covid com quatro instituições diferentes e 13 acordos para a área não covid, o que, no total, representa 165 camas que já estão a ser utilizadas.

“Além disso, temos o recurso aos hospitais militares e ao centro médico de Belém que, desde a primeira vaga, está a prestar apoio, num total de mais 120 camas”, disse a ministra, ao salientar que a exaustão e a falta de profissionais de saúde é o “grande problema”.

“Estamos a estudar mecanismos de reforço da disponibilidade dos profissionais de saúde, que podem passar pelo reforço da sua disponibilidade em termos financeiros”, adiantou.

Portugal registou quarta-feira 219 mortes relacionadas com a Covid-19 e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus, os valores mais elevados desde o início da pandemia, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim revela também que estão internadas 5.493 pessoas internadas, mais 202 do que na terça-feira, das quais 681 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 11, dois valores que também representam novos máximos da fase pandémica.

O número de internamentos está a subir desde o dia 1 de janeiro, dia em que estavam 2.806 pessoas internadas.

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  • Cidadao
    21 jan, 2021 Lisboa 15:26
    Em Maio de 2020, quando deviam ter começado a planificação, como outros Países fizeram, para um Inverno com Gripe e Covid, nada fizeram, assobiaram para o lado e adoptaram a atitude de confiar que tudo correria pelo melhor. Quando as nuvens cinzentas começaram a acentuar-se e verificaram que não estavam preparados, vieram com uma App da treta que queriam que fosse obrigatória, como se isso tapasse a falta de preparação e planificação. Depois as nuvens cinzentas tornaram-se mesmo negras, mas em vez de aproveitarem conselhos de quem sabe e feriados de calendário que minimizariam impacte mais profundo, lançaram-se numa atabalhoada série de "regras e confinamentos fofinhos", tudo acompanhado do passa-culpas habitual que os governos lançam sempre, quando têm de ocultar inércia ou responsabilidades próprias. Depois das oportuinidades perdidas e duma amostra geral de teimosia, acabam a fazer o que já deviam ter feito há muito e que teria salvo algumas vidas. Mais: sabemos agora que não compraram 800 000 doses de vacina da nossa quota, diz-se que por já "termos vacinas suficientes"... Analisando estes factos, digam lá se a equipa do Ministério da Saúde - Marta Temido, Graça Freitas, Lacerda, etc - não era para ir toda para a rua?
  • Americo Anastacio
    21 jan, 2021 Leiria 12:03
    "...De acordo com a ministra, o Governo utilizou “todas as respostas disponíveis” para responder à pandemia..." Como ? Então, não resultou, por favor DEMITA-SE.......... Chama-se a isto responsabilidade política. Sabe o que é ?

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