22 jan, 2021 - 10:45 • Paula Caeiro Varela , Olímpia Mairos
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A Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casa de Repouso de Idosos apela a um reforço do Programa Adaptar Social+, para garantir que há equipamentos de proteção individual e outros meios em todas as estruturas.
João Ferreira de Almeida foi ouvido, através de videoconferência, na comissão parlamentar para o acompanhamento da aplicação de medidas de respostas à pandemia, onde deixou esse apelo.
O responsável considera que uma explicação possível para a quantidade de surtos nos lares de idosos e a dimensão dos mesmos é a falta de cuidado no uso correto dos equipamentos de proteção. “Passados 10 meses eu já não percebo que tantos surtos continuem a acontecer em lares de idosos. Não só tantos surtos, como, ainda por cima, com a dimensão terrível que têm, porque é a totalidade dos idosos em muitos casos, é aos 30, 40, 60 idosos todos infetados, mais as empregadas”, afirmou o presidente da ALI.
No entender de João Ferreira Almeida, se isto “continua a acontecer”, é provável que se deva a “algum desleixo nas tais ditas boas práticas” e convinha fazer uma “análise cuidadosa”.
A associação alerta para o facto de que o custo dos equipamentos é muito pesado, sobretudo nas maiores estruturas, e deixou um apelo dirigido ao partido socialista, para que o programa de apoio à compra desses equipamentos seja renovado.
“Só para terem a noção da dimensão do problema, falei com três lares de grande dimensão e o gasto mensal com equipamentos de proteção individual ronda entre seis a sete mil euros por mês. Isto é realmente terrível”, disse João Ferreira Almeida, defendendo, por isso, a “absoluta necessidade de prorrogar ou voltar a fazer uma nova edição desse programa Adaptar Social+”.
Já no que toca à fiscalização nos lares ilegais, João Ferreira de Almeida, presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos, deixou a sua convicção de que esta fica aquém do que é possível e desejável e lamentou que a que existe incida sobretudo nos privados.
“Eu não digo que seja fácil resolver a questão, obviamente que é difícil. Agora, se não se tenta, se não se começa, é que nunca mais se leva a cabo”, disse João Ferreira de Almeida.
O presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos considera que as 1. 074 fiscalizações realizadas deviam ser desdobradas para se ter a real noção da realidade.
“Normalmente, todos os anos, o número de inspeções a casas ilegais ou clandestinas não chega sequer a 50% do total das inspeções, que são muito mais incidentes nos lares privados. São, depois, também incidentes nas instituições sociais e ficam sempre para trás as casas ilegais ou clandestinas que normalmente não chegam a 50% das inspeções. Quando deviam ser o alvo principal”, defende.
“E nem é difícil chegar até aos ilegais”, sustentou João Ferreira Almeida, porque os bombeiros locais sabem bem onde são, uma vez que são eles quem acompanham as deslocações necessárias dos idosos nessas residências.
“Eu estou farto de dizer na comunicação social que só não se faz porque não se quer. Porque, com os bombeiros locais, com as corporações locais de bombeiros, apanham-se todos, não falha um, porque os bombeiros sabem onde estão todos. Vão lá buscar os idosos para os levar ao Hospital, para os levar às consultas, para os levar a fazer exames, para a fisioterapia, para a hemodiálise. Os bombeiros sabem onde estão todos. É uma questão de trabalhar de forma articulada com eles”, conclui o presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos.