26 jan, 2021 - 16:34 • Paula Caeiro Varela com Lusa
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O Presidente da República considerou esta terça-feira que é prematuro avançar uma data para a sua vacinação contra a Covid-19, referindo que recebeu uma carta do primeiro-ministro sobre esta matéria e remetendo esclarecimentos para autoridades sanitárias e Governo.
A informação de que os titulares de órgãos de soberania vão começar a ser vacinados a partir da próxima semana foi divulgada na segunda-feira, no dia seguinte às eleições presidenciais em que Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República.
Esta terça-feira, no final de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, em conjunto com o primeiro-ministro, António Costa, e com a ministra da Saúde, Marta Temido, o chefe de Estado foi questionado sobre este assunto.
"Eu só posso falar por aquilo que o senhor primeiro-ministro me disse e me enviou como carta. O senhor primeiro-ministro elaborou um despacho em que nomeadamente solicitava aos titulares dos órgãos de soberania, os principais responsáveis dos órgãos de soberania, que manifestassem a sua adesão à ideia de uma vacinação desses titulares, de acordo com prioridades que cada órgão de soberania definiria", respondeu.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que, embora o Presidente da República seja "um órgão singular", existem "órgãos que estão relacionados com a Presidência da República: é o caso do Conselho de Estado, é o caso dos representantes da República nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira".
"Isso foi solicitado pelo senhor primeiro-ministro, os órgãos definirão as prioridades e depois será definido o momento da vacinação. É prematuro da parte mesmo do Presidente da República estar a antecipar datas sobre uma matéria que é do foro das autoridades sanitárias", acrescentou.
Interrogado se lhe foi comunicado por que motivo foram alterados os critérios do plano de vacinação, o Presidente da República declarou: "Isso depois a senhora ministra da Saúde, em tempo adequado, no local adequado, esclarecerá essa matéria".
O Presidente da República diz que não há razão para recorrer à ajuda internacional para dar resposta ao combate à pandemia.
“O que posso dizer é que pelos dados que conheço, não há, neste instante, razão que determine uma ideia de alarme social quanto à necessidade de recurso a ajuda internacional, independentemente de sabermos que há, como aconteceu no passado, dentro da União Europeia, com países e economias das mais diversas e mais ricas, essa colaboração. E há a disponibilidade de países amigos para ajudarem como foram ajudados no passado, mas isso é matéria que o Governo esclarecerá, se for necessário esclarecer".
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que considera natural que se prolongue o estado de emergência.
“Hoje à tarde e amanhã ouvirei os partidos, mas parece ter toda a lógica, perante as medidas tomadas, na passada sexta-feira, que esta renovação do Estado de emergência, seja no fundo o prolongamento da renovação anterior, integrando as medidas que foram tomadas.”
“No geral, o que se esperará é que haja renovação, mas depende da autorização final da AR e que haja nos termos que estão em vigor, quer no decreto presidencial quer no conjunto geral de medidas, incluindo as acabadas de tomar pelo Governo. É o que logicamente deverá acontecer”, conclui o Chefe de Estado.