26 jan, 2021 - 21:30 • Joana Gonçalves
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Mais de um quarto das pessoas que morreram de Covid-19 em Portugal residiam em lares. Os dados foram avançados à Renascença, esta terça-feira, pela Direção-Geral da Saúde.
De acordo com a última atualização da DGS, “desde o início da pandemia e até ao dia 25 de janeiro, registaram-se em Portugal 3.081 óbitos acumulados por Covid-19 de pessoas residentes em lares”.
A 13 de novembro o número fixava-se nas 1.090 vítimas, o que significa que mais de metade dos óbitos (65%), isto é, 1.991 mortes, ocorreram nos últimos dois meses. Já desde 10 de janeiro são 827 a vítimas a lamentar.
A autoridade de saúde avança ainda que, do total de óbitos "ocorridos dentro dos lares ou em hospitais”, 676 ocorreram no Norte, 835 no Centro, 1.219 em Lisboa e Vale do Tejo, 305 no Alentejo e 46 no Algarve.
A região de Lisboa e Vale do Tejo regista, assim, 40% dos óbitos de pessoas a viver em estruturas residenciais para idosos.
Na semana passada, a Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casa de Repouso de Idosos apelou a um reforço do Programa Adaptar Social+, para garantir que há equipamentos de proteção individual e outros meios em todas as estruturas.
Em novembro, a proporção de mortes em lares era maior, o que revela, também, que o número de óbitos devido à doença aumentou nos grupos etários mais novos e nos idosos que não residem nestas estruturas. Vários especialistas tinham já alertado para a prioridade urgente na vacinação dos maiores de 80 anos, independentemente de residirem ou não em lares.
Sublinhando que o que os move “não é um juízo político, mas um imperativo ético e uma preocupação científica”, nomes como António Silva Graça (epidemiologista), Pedro Simas (virologista), Filipe Froes (pneumologista) e Constantino Sakellarides (especialista em saúde pública) defendem que “a forma mais eficaz de reduzir o número total de mortos é vacinar os maiores de 80 anos e o pessoal médico e de saúde”.
A ministra da Saúde anunciou, na segunda-feira, que o plano de vacinação contra a Covid-19 vai ser atualizado para passar a incluir no primeiro grupo de prioritários os portugueses que imtegram esta faixa etária.