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Covid-19. Ordem dos Enfermeiros contra vacinação prioritária de autarcas

27 jan, 2021 - 15:02 • Lusa

Ordem dos Enfermeiros escreveu ao Presidente da República, considerando que, nesta fase, só deviam ser vacinas as "mais altas" figuras do Estado.

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A Ordem dos Enfermeiros anunciou esta quarta-feira que escreveu ao Presidente da República a opor-se à inclusão de titulares de cargos públicos, que não sejam as "mais altas" figuras do Estado, nos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19.

No oficio com data de terça-feira e agora divulgado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) pede a Marcelo Rebelo de Sousa a sua intervenção na campanha de vacinação contra a Covid-19, "numa altura em que não estão vacinados todos os profissionais de saúde, ao mesmo tempo que, como é do conhecimento público, há autarcas a contornarem o plano para se vacinarem antecipadamente".

A Ordem do Enfermeiros ressalva que "não discute a vacinação das mais altas figuras do Estado, a par dos grupos prioritários, mas está frontalmente contra a inclusão, nesta fase, de autarcas ou outros titulares de cargos públicos que não sejam as mais altas figuras do Estado Português nos grupos prioritários".

Isto, sustenta, "quando há pouquíssimos enfermeiros dos cuidados de saúde primários vacinados, já para não falar dos enfermeiros do setor privado".

"Seguramente, é do conhecimento de V.Exa. que alguns autarcas e outros sem direito a vacinação prioritária, numa atitude indigna e vergonhosa, numa altura tão difícil para todos nós, aceitaram um esquema para se poderem vacinar antes do tempo", escreve a OE no ofício. .

Recorda também que ainda nem teve início a vacinação dos bombeiros, que são responsáveis por cerca de 90% do transporte em emergência extra-hospitalar.

Além disso, diz a OE, os estudantes de enfermagem em ensino clínico e em contacto direto com doentes Covid-19 não estão incluídos em qualquer grupo prioritário de vacinação, apesar de a Ordem ter proposto e reiterado junto das autoridades de Saúde.

No ofício remetido ao chefe de Estado, a OE lembra também ter proposto "a criação e a gestão de centros de vacinação, com enfermeiros, fora do horário de funcionamento dos cuidados de saúde primários, para os quais continuam disponíveis membros de órgãos executivos da OE a título pró-bono".

A administração de vacinas contra a Covid-19 aos titulares de órgãos de soberania vai começar na próxima semana, confirmou na segunda-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, após uma reunião com a "taskforce" coordenadora do plano de vacinação. .

Os autarcas vão também estar envolvidos no lote de titulares de órgãos de soberania a vacinar, não se restringindo aos cargos mais altos do país, como o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República ou o primeiro-ministro.

Desde o início da vacinação, a 27 de dezembro, já foram realizadas mais de 255 mil inoculações em Portugal, nomeadamente a profissionais de saúde e utentes e funcionários de lares.

Portugal já registou 11.012 mortes associadas à covid-19 e 653.878 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

Comentários
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  • Cidadao
    27 jan, 2021 Lisboa 17:01
    O plano de Israel é o melhor: na 1.ª fase, ministros e primeiro ministro, pessoal Hospitalar e bombeiros, Exército - aquele País não pode estar sem exército, todos percebemos porquê - e pessoas no activo - todos aqueles que têm de sair de casa para manter o País a funcionar. Velhinhos? Autarcas? Politicos de 2ª e 3ª linha? Uns não têem desculpa para não estar em rigoroso confinamento e outros podem estar em trabalho à distância. Esses ficam para depois. Claro, lá são pragmáticos. Cá, são palradores do politicamente correto.

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