27 jan, 2021 - 22:59 • Filipe d'Avillez
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O primeiro-ministro disse esta quarta-feira à noite que “com certeza” que o Governo cometeu erros na forma como lidou com a pandemia, mas não foi capaz de identificar nenhum em particular, para além de admitir ter havido problemas ao nível da comunicação, por as pessoas não terem compreendido bem a gravidade da situação que ele tentou transmitir.
Questionado sobre as medidas que foram adotadas para o Natal, e que coincidem com a maior propagação do vírus, Costa disse que as decisões faziam sentido à luz dos dados que tinham e culpou a variante inglesa da Covid.
“Houve uma confluência entre a variante inglesa e as regras para o período do Natal. Essa é a explicação que consigo encontrar, sei que não há consenso para identificar a razão precisa, mas há uma coisa que sabíamos: quando fixámos as regras Natal estávamos ainda num planalto, embora com números muito elevados. Estando no planalto, se a onda subisse seria maior. A confluência dessa variante inglesa, que na altura era desconhecida, precipitou estas consequências. Todos sabíamos que haveria dificuldades a seguir ao Natal”, reconhece.
“Olhando agora, diria que se tivéssemos tido conhecimento atempado da existência da variante inglesa o quadro para o Natal teria sido diferente e as medidas que entraram em vigor no dia 1 de janeiro teriam entrado em vigor no dia 26 de dezembro”, disse ainda António Costa no programa “A Circulatura do Quadrado”, na TVI24.
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“É preciso ter em conta quando se soube dessa variante. Convém não esquecer que quando foram definidas o que tínhamos era uma greve de fome à porta da Assembleia da República, para aumentar o número de horas que os restaurantes podiam estar abertos”, sublinhou o primeiro-ministro, concluindo que “em 24 horas passámos de o Governo ser demasiado restritivo para o Governo ser demasiado laxista.”
António Costa nunca tentou minimizar a gravidade da situação, dizendo várias vezes que o estado do país não é mau, é péssimo, e quando questionado sobre o pior cenário possível, disse que já chegou.
“Cada pessoa que morre é o pior. E hoje é muito pior do que era há 15 dias. E vamos ter esta tensão mais umas semanas, seguramente, porque atingiremos um momento em que o número de novos casos, ou melhor, a variação diária vai começar a baixar. Só depois disso baixaremos o número de internamentos e só depois disso baixa o número de óbitos por dia.”
“Não vale a pena alimentar a ilusão de que não estamos a enfrentar o pior momento e que vamos continuar a enfrentar durante mais umas semanas. Disso estou seguro”, sublinhou.Covid-19
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