31 jan, 2021 - 17:54 • André Rodrigues
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Uma decisão precipitada, mas compreensível. É desta forma que o bastonário da Ordem dos Médicos classifica a opção do diretor do norte do INEM que autorizou a vacinação de 11 funcionários de uma pastelaria do Porto para não desperdiçar doses. Mais grave, diz, são casos que conhece de encomendas de vacinas para pessoas não-prioritárias.
O caso levou à demissão de António Rui Barbosa que, em defesa da sua decisão, argumentou que seria imoral não aproveitar as vacinas destinadas a profissionais do INEM que acabaram por não as tomar.
Comentando este caso, o bastonário da Ordem dos Médicos admite que o diretor do INEM se terá precipitado.
No entanto, à Renascença, Miguel Guimarães diz ter conhecimento de instituições que pedem doses extra para vacinar pessoas não prioritárias.
“Uma coisa é pedir vacinas apenas para as pessoas prioritárias. Outra coisa é deliberadamente estar a pedir vacinas para pessoas não prioritárias.”
“Podia ter tentado fazer chegar as vacinas a um hospital mais perto, a um centro de saúde, acabou por tomar aquela decisão de forma precipitada para não deitar as vacinas para o lixo. Mas as pessoas para quem foram pedidas as vacinas eram todas prioritárias”, diz o bastonário.
Miguel Guimarães avisa, contudo, que “existem alguns lares, o próprio INEM nacional, que pediram vacinas para pessoas que não são prioritárias.”
“Isto pode configurar crime, não dá confiança às pessoas e temos rapidamente de encarreirar, até porque estamos na fase muito inicial do plano de vacinação”, avisa.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde determinou que a Task Force coordenada por Francisco Ramos reforce instruções para que seja preparada uma nova lista de pessoas prioritárias a quem poderão ser administradas vacinas no caso de impossibilidade das inicialmente definidas.
Sem se referir ao caso da vacinação de funcionários de uma pastelaria no Porto, que motivou a demissão do diretor do norte do INEM, o gabinete de Marta Temido diz em comunicado que considera inaceitável qualquer utilização indevida de vacinas que decorra durante o processo de vacinação.
[Notícia atualizada às 19h39]