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Coronavírus

Covid-19. Cuidadores informais duplicaram desde o início da pandemia

04 fev, 2021 - 22:33 • Ana Carrilho

Associação Nacional de Cuidadores Informais revela que o número de cuidadores a tratar de pessoas dependentes aumentou de 857 mil para cerca de 1,5 milhões. 240 mil dos quais, a tempo inteiro.

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Desde o início da pandemia, o número de cuidadores informais a tratar de pessoas dependentes aumentou de 857 mil para cerca de 1,5 milhões. Destes, 240 mil, são cuidadores a tempo inteiro.

A informação foi avançada esta quinta-feira, no Parlamento, por Liliana Gonçalves, dirigente da Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI) durante a audição na Comissão Eventual para o Acompanhamento das medidas de resposta à pandemia de Covid-19.

Ainda assim, a responsável da ANCI frisou que o universo de cuidadores é, ainda, amplamente desconhecido e, por isso, a associação defende que o Censos 2021 deveria incluir perguntas que permitissem determinar quantos são os cuidadores, quem são e de que doentes cuidam.

Para 2020, a Segurança Social orçamentou 30 milhões de euros para apoio aos cuidadores informais dos trinta concelhos onde funcionam os projetos-piloto mas, segundo Liliana Gonçalves, até ao momento apenas foram executados 300 mil euros.

“Ou seja, 1%. Pelo que nos foi dado a conhecer [pela Segurança Social], cerca de 30.500 pessoas pediram o reconhecimento do estatuto, mas apenas foram diferidos 1.131 pedidos, 890 fora e 410 nos concelhos piloto. E só 205 com direito a subsídio. Se pensarmos que o universo antes da pandemia se situa em 857 mil cuidadores, vemos que estamos longe de alcançar o objetivo de transformar o estatuto numa lei para todos”.

A ANCI defende uma desburocratização do processo de requerimento do Estatuto e sugere “a ativação dos municípios e juntas de freguesia na informação aos cuidadores, uma vez que estão mais próximos e conhecem a realidade melhor que ninguém”.

Por outro lado, Liliana Gonçalves questionou a resistência em incluir os cuidadores informais na primeira fase de vacinação, “uma vez que são eles que, em primeiro lugar, asseguram os cuidados das pessoas dependentes e aos doentes crónicos que estão em casa”.

E que aliás, aumentaram muito com a pandemia, resultado do encerramento das estruturas, como os centros de atividade e centros de dia. O que levou muitos cuidadores a ter que que deixar o trabalho, ficar sem rendimento e sem apoios e a enfrentar uma sobrecarga, a nível físico e mental.
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