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Usar luvas na administração das vacinas. Sim ou não?

05 fev, 2021 - 09:20 • Beatriz Lopes , Olímpia Mairos

Enfermeira que trabalha na linha da frente contra a pandemia esclarece. As luvas podem conter mais germes do que as mãos limpas e não fornecem nenhum benefício adicional para o paciente.

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O processo de vacinação iniciou-se no final de 2020 e, desde essa altura, há uma questão que tem gerado dúvidas a muita gente. Afinal, por que há enfermeiros que não usam luvas na administração de vacinas?

Em declarações à Renascença, uma enfermeira que tem estado na linha da frente desta pandemia explica que a técnica de vacinação usada não requer o uso de luvas, porque não há risco de contaminação.

“É uma técnica de inoculação intramuscular. Quer dizer que, em princípio, não há qualquer gotícula de sangue a não ser no fim. E, portanto, as luvas é só uma questão de proteção do profissional”, afirma Ana Paula Alves.

Na vacinação, de acordo com esta enfermeira, o doente é protegido “usando a técnica acética na manipulação do medicamento, ou seja, a agulha nunca entrará em contacto com outra superfície que não seja a pele do doente”.

“A administração é simples. Desinfeta-se a pele, há ali um período de pausa e a seguir administra-se. Entre cada utente e cada ato, ou seja, de preparação e desinfeção, há uma desinfeção das mãos do profissional”, detalha.

Nas diretrizes internacionais e do Ministério da Saúde, não é de facto exigido o uso de luvas ao administrar as vacinas, exceto se o enfermeiro ou o paciente apresentarem lesões abertas na pele.

As mesmas diretrizes indicam que as luvas são muito menos higiénicas do que um par de mãos higienizadas, antes da administração de uma vacina.

As luvas podem conter mais germes do que as mãos limpas e não fornecem nenhum benefício adicional para o paciente.

Embora não estejam proibidas no processo de vacinação, se essa for a opção devem ser trocadas a cada paciente e mesmo a cada vacina aplicada, já que há manipulação das caixas de vacina, e o vacinador deve também lavar as mãos entre as injeções e também entre os pacientes, para remover quaisquer germes que possam ter sido transferidos das luvas para as mãos.

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