06 fev, 2021 - 17:48 • Lusa
Os deputados João Almeida e Telmo Correia fizeram este sábado apelos emocionados à salvação do CDS-PP no Conselho Nacional (CN), órgão dirigente máximo entre congressos, com fortes críticas à condução dos trabalhos do seu presidente, Filipe Anacoreta Correia.
"Este é o último momento que o presidente do CN e o presidente do partido têm para não destruírem definitivamente o partido. Faço um apelo sentido e do coração. Ainda estamos a tempo de não matar o CDS. Não se salva com democracia popular, com um golpe interno e desrespeito por muitos que pensam diferente. Por favor, não façam uma festa com a saída daqueles que não concordam convosco", afirmou João Almeida.
O antigo porta-voz dos centristas, que foi candidato derrotado à liderança no congresso se há um ano -- que consagrou o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos -, defendeu que, "por intenção deliberada e condução obsessiva [dos trabalhos] pelo presidente do CN, um problema político foi transformado em problema institucional". .
"Para quem está há 27 anos no partido, que viveu momentos fortíssimos e sempre deu a cara, isto não é aceitável. Não é aceitável que façam isto ao nosso CDS, que valha tudo", lamentou.
O atual líder parlamentar dos democratas-cristãos, Telmo Correia, também se exaltou: "entre Juventude Centrista e partido, devo estar há 40 [anos no CDS]".
"Isto é uma ameaça de fim da linha e estamos a tempo de evitá-lo. Presidi a este órgão (CN) largos anos, mas nunca tinha visto um CN em que o seu presidente ocupe 80% do tempo para tentar contrariar uma deliberação legítima de um órgão de jurisdição", disse, referindo-se à decisão da véspera do "tribunal" do CDS-PP no sentido de a moção de confiança ao presidente ser alvo de voto secreto.
Entretanto, o antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes, que tinha proposto a realização de um congresso eletivo antecipado, abandonou a reunião, que decorre desde cerca do meio-dia por videoconferência, acusando Anacoreta Correia de tomar uma decisão "ilegal e cobarde". .
O presidente do CN pôs à consideração dos membros a decisão sobre o modo como será votada a moção de confiança à comissão política nacional, apresentada pelo líder do partido.
"Tenham a noção do que estão a fazer, da imagem e exemplo que estão a dar do CDS ao país. Ou estamos em condições de ter todos os conselheiros nacionais e, serenamente, discutir o momento do partido e tomar uma decisão ou, se não, eu também não estarei", concluiu Telmo Correia.
Os trabalhos arrancaram à porta fechada, mas foram abertos aos jornalistas a partir das 15:45, após decisão do CN.
.
HPG/FM // HB.
Lusa/Fim.