11 fev, 2021 - 18:17 • Filipe d'Avillez
Portugal vai receber menos de metade das vacinas que lhe estavam destinadas na primeira fase do processo de vacinação, de acordo com o contrato estabelecido entre a União Europeia e as farmacêuticas.
O problema, explicou esta quinta-feira António Costa, a seguir à reunião do Conselho de Ministros, está do lado das empresas que falharam os seus compromissos.
“Há uma redução muito significativa do número de vacinas de que vamos dispor neste primeiro trimestre, relativamente ao que tinha sido contratado pela União Europeia”, disse o primeiro-ministro.
“Se as empresas farmacêuticas tivessem cumprido, poderíamos dispor de 4,4 milhões de vacinas, o que permitiria vacinar mais de dois milhões de pessoas”, explicou António Costa.
“Acontece, porém, que as empresas reduziram significativamente o seu fornecimento e consequentemente aquilo que a União Europeia pôde repartir por todos os países. No nosso caso em vez dos 4,4 milhões, vamos receber 1,98 milhões de doses.”
Este facto reduz para cerca de metade a capacidade de vacinação, disse ainda o primeiro-ministro, o que constitui mais uma razão para que o Governo não anuncie para já planos para levantar as medidas de confinamento em vigor e que serão estendidas por mais 15 dias.
António Costa saudou o esforço que está a ser levado a cabo por vários autarcas para criar espaços alternativos para poder vacinar os cidadãos, mas disse que essa energia deve ser guardada para mais tarde, quando chegarem de facto mais doses da vacina contra a Covid-19.
O chefe do Governo reafirmou, contudo, que se mantém a meta de ter 70% da população vacinada até ao final do Governo, salvaguardando que “obviamente” isto depende da capacidade das farmacêuticas de cumprirem os seus acordos e entregarem as vacinas aos países destinatários.
"Assim a indústria produza a quantidade de doses necessárias, assim nós aceleraremos a vacinação", concluiu António Costa.