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Ministro da Educação à Renascença

Dos 350 mil computadores prometidos, só chegam 15 mil para a semana

12 fev, 2021 - 09:30 • Marta Grosso com redação

Tiago Brandão Rodrigues esteve no programa As Três da Manhã, onde falou, entre outros temas, da aquisição de computadores para o ensino à distância. As aulas online começaram em 8 de fevereiro.

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Ministro da Educação à Renascença. Exames adiados e mais computadores para a semana
Ministro da Educação à Renascença. Exames adiados e mais computadores para a semana

Para a semana, chegam mais 15 mil computadores às escolas portuguesas, anunciou nesta sexta-feira o ministro da Educação, na Renascença.

“Fizemos uma primeira encomenda de 100 mil computadores, que foi completamente distribuída, e comprámos, ainda no ano passado, 335 mil computadores, que foram suplementados com mais 15 mil computadores”, explicou Tiago Brandão Rodrigues, confirmando que estes últimos chegam para a semana.

Estas encomendas foram feitas depois de, no ano passado, “através dos diretores” de escolas, o Ministério ter feito “um levantamento que dizia que cento e poucos mil alunos tinham dificuldades de ligação”.

Os 100 mil computadores iniciais “foram distribuídos aos alunos” e “as autarquias puderam distribuir também dezenas de milhares de computadores, com a possibilidade de recorrerem a fundos comunitários”, dado que o Ministério lançou “várias candidaturas”.

“Dito isto, neste momento, estamos numa situação melhor do que estávamos no primeiro confinamento”, resume Tiago Brandão Rodrigues no programa As Três da Manhã.

Durante a entrevista, o ministro sublinha ainda que, neste confinamento, “são milhares os alunos que estão nas nossas escolas presencialmente” – situação que decorre “quando a aplicação do regime não presencial se entendeu como ineficaz”.

Os casos são sinalizados pelas escolas e referem-se a “alunos que estão em especial perigo de abandono escolar ou que estão sinalizados pelas comissões de proteção de crianças e jovens ou também os alunos das terapias”.

Significa isto, diz Brandão Rodrigues, que os computadores que o Governo quer distribuir “não fazem necessariamente falta aos nossos alunos”.

“Por exemplo, um diretor de escola disse ‘nós precisamos de 300 mil computadores, porque são esses que o Ministério da Educação disse que ainda ia distribuir nos tempos vindouros, mas que não necessariamente fazem falta aos nossos alunos’”.

Quanto a atrasos na chegada das remessas prometidas, o ministro lembra que têm existido “problemas de importação através da China, com problemas no transporte internacional”.

Ainda sobre o ensino à distância, que regressou à comunidade escolar no dia 8 de fevereiro, o ministro realça as “formas de ter redundância” encontradas nas aulas através da televisão.

Além do “Estudo em casa, que existia no ensino básico, na RTP Memória, agora lançámos também – que já estava em emissão da RTP Play – o Estudo em Casa secundário, tanto para as vias científico-humanísticas, como para as vias profissionais. Temos agora o Estudo em Casa no canal 444 e no canal 8 da TDT”, avançou.

Balanço positivo sem sobrevalorizar o online

Questionado sobre o balanço desta primeira semana de aulas online, Tiago Brandão Rodrigues refere na Renascença que, tendo por base o que têm dito os diretores das escolas, o balanço “é globalmente positivo”.

“As escolas encontraram maneiras de organizar os seus planos de ensino à distância e foram utilizando” os instrumentos, normativos, fornecidos em julho pela tutela “quando um conjunto de alunos teve de ficar profilaticamente confinado ou mesmo, nos casos de estarem positivos, estarem em casa”.

“Alunos ou professores todos trabalharam”, sublinhou.

Mas “porquê estes 15 dias de interrupção?”, questiona o próprio ministro, querendo esclarecer um tema que “se discutiu muito na opinião pública.

“Nós não sobrevalorizamos excessivamente o ensino à distância e o que nos disseram os pais e diretores é que ainda estamos num momento em que podemos compensar com dias presenciais”, explica.

“Como não estávamos no final do ano ou mesmo a aproximar-nos do final do ano, ainda tínhamos a possibilidade de fazer aqui uma pausa letiva – aliás, outros países fizeram exatamente a mesma coisa, como, por exemplo, a Alemanha – de duas semanas, que serão compensadas com dias no Carnaval, na Páscoa e no final do ano”, concretiza.

“Isso é algo também que nos tem de dar algum conforto, no sentido em que, podendo substituir por dias presenciais, era importante fazê-lo”, independentemente de ser ensino público ou privado – “essa dicotomia não cabe na discussão do sistema educativo”, remata.

Nesta entrevista ao programa As Três da Manhã, Brandão Rodrigues falou ainda do adiamento do calendário de exames e do cancelamento de duas provas de aferição: Educação Física e de Expressões Artísticas.


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