Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Óbito

Marcelino da Mata. Presidente lembra "militar mais condecorado" do Exército

12 fev, 2021 - 01:11 • Lusa

Tenente-coronel morreu esta quinta-feira, aos 80 anos, no Hospital Amadora-Sintra, vítima de Covid-19.

A+ / A-

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou na quinta-feira o tenente-coronel Marcelino da Mata, que morreu aos 80 anos, "o militar mais condecorado" do Exército, e apresentou a condolências à família.

“O Presidente da República apresenta sinceras condolências à Família do Tenente-Coronel Marcelino da Mata, o militar mais condecorado do Exército Português, que hoje [quinta-feira] nos deixou”, dá conta uma nota publicada na página na internet da Presidência da República.

O chefe de Estado recordou que, “entre as numerosas distinções que recebeu conta-se a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta distinção concedida por Portugal”.

O tenente-coronel morreu esta quinta-feira, aos 80 anos, vítima de Covid-19, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), disse à Lusa fonte oficial do Exército.

Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite “Comandos”, sendo conhecido nos meios militares como um dos mais “bravos e heroicos” combatentes lusos.

Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra natal, país que, entretanto, se tinha tornado independente, e viu-se obrigado ao exílio, em Espanha, até ao contragolpe do 25 de novembro (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).

Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da “Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”, após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.

Entre as mais de 2.000 missões de combate em que participou, naquele que é considerado dos teatros de operações mais difíceis da Guerra Colonial, contam-se as emblemáticas: Operação Tridente, o resgate de mais de uma centena de militares lusos no Senegal e a Operação Mar Verde.

Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994. Foi ainda responsável pela segurança da Universidade Moderna, encerrada compulsivamente pelo Governo do socialista José Sócrates, assim como a cooperativa Dinensino, por falta de viabilidade económico-financeira, após vários escândalos e processos judiciais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • José Amaral
    15 fev, 2021 Porto 16:23
    Falei uma vez com ele em 1979 junto à porta de armas do Regimento na Amadora. Pareceu-me uma pessoa revoltada! Salvo erro era tenente pese embora já não ter a certeza absoluta..Herói nacional!!!!!
  • José Silva
    13 fev, 2021 Porto 13:09
    Marcelino da Mata foi um herói. A sua história de vida dava um grande filme e permitiria um outro olhar sobre Guerra do Ultramar, nomeadamente sobre o caso dos milhares de africanos que lutaram por Portugal e foram cobardemente abandonados à sua sorte no pós 25 de Abril.
  • Mário Cerejeira -
    12 fev, 2021 Póvoa de Varzim 12:19
    Como combatente que fui na Guiné de 1963/65, envio as mais sentidas condolências a toda a família do que foi Tenente Coronel mais condecorado do Exercito Português, pertencente aos Comandos, de nome MARCELINO DA MATA. Que nesta hora o Covid-19 o entendeu levar curvo-me perante a sua memória e que a sua alma descanse em paz, diante de Deus.-

Destaques V+