11 fev, 2021 - 20:00 • Redação
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que Portugal tem de “sair da primavera sem mais um verão ou um outono ameaçados”.
Na declaração que dirigiu ao país esta quinta-feira, depois de aprovada no Parlamento mais uma renovação do estado de emergência – de 15 de fevereiro a 1 de março – Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a necessidade de mais esta renovação do quadro de exceção que o país atravessa até 1 de março, antecipando, desde já, a necessidade de “prosseguir março fora pelo mesmo caminho, para não dar sinais errados para a Páscoa” e para que a população faça mais este esforço para diminuir a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde.
“Foram duas semanas difíceis, mas que terminaram melhor do que começaram. Foram dias pesados para todos, dramáticos para bastantes” reconheceu o Chefe do Estado.
“Os portugueses compreenderam que os apoios europeus eram simbólicos” e não substituíam os “heróis da saúde”, médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar que enfrenta a pandemia na linha da frente há praticamente um ano.
“Temos até à Páscoa para reduzir o número de infetados até aos 2.000” e para que as unidades de cuidados intensivos possam ver reduzida a sua ocupação para “um quarto” em relação aos níveis atuais, acrescentou o Presidente da República, para quem é fundamental “assegurar que a Páscoa não será a causa de mais uns meses de regresso ao que vivemos esta semana” e que, passada essa quadra, “temos de ir estudando como, depois da Páscoa, qualquer abertura seja um intervalo entre duas vagas”.
Primeiro-ministro considera "extremamente prematur(...)
Para o esforço prolongado que o país ainda vai enfrentar nos próximos tempos, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu defender a estabilidade política do país, porque, diz, “já basta a crise de saúde e a crise económica e social”.
"Que não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas", sem “governos de unidade ou de salvação nacional”, disse Marcelo, que, já anteriormente, havia sinalizado que não cede a esse tipo de pressões, contrariando a proposta defendida por personalidades como Marçal Grilo ou Luís Nobre Guedes.
O Presidente da República apontou que, numa situação como a atual, a prioridade é “vencer as crises, mesmo as mais graves, e não provocar crises, mesmo as mais sedutoras” e conclui com um apelo para uma melhoria no rastreio de pessoas infetadas com a Covid-19.
Marcelo pediu "mais testes", mas, sobretudo, "mais operacionais", sem perder de vista "o desafio constante da vacinação possível".
Aludindo às situações de abuso detetadas no plano nacional de vacinação contra a Covid-19, o Chefe do Estado admite que "os portugueses compreenderam os atrasos nas vacinas e que os responsáveis nos favoritismos no desvio de vacinas iam ser exemplarmente punidos".
A situação da economia, afetada pelo crise sanitária, também não foi esquecida: "temos de continuar a apoiar, e depressa, os que na economia e na sociedade sofrem" ao cabo de tantas "semanas de sacrifício".