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PSP. “Duas máscaras e uma viseira é muito pouco" para proteção da Covid-19

15 fev, 2021 - 06:30 • Liliana Carona

Sindicato de Profissionais de Polícia denuncia a entrega de apenas duas máscaras de tecido e uma viseira por agente. Faltam meios de proteção individual.​

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Só na semana passada, a segunda maior organização sindical da PSP registou, em Lisboa, entre infetados e confinados em isolamento profilático, 800 agentes.

A vacinação de 10 mil elementos da Polícia de Segurança Pública arrancou este sábado, mas, para o segundo maior sindicato da polícia, a iniciativa peca por tardia e há muito mais a fazer na prevenção.

Se as declarações do presidente do Sindicato de Profissionais de Polícia (SPP) deixassem margem para dúvidas, as palavras de um condutor que é parado na operação de fiscalização dissipam-nas.

“Tenha cuidado, que eu tenho covid. Vou fazer um novo teste. Se quiserem ver, está aqui a declaração”, autorizado para prosseguir o caminho, numa operação de fiscalização da PSP, onde o chefe Andrade, que é também o presidente do SPP, mostra como é atuar na linha da frente.

E, por isso, defende que a vacinação dos elementos da PSP peca por tardia. “Nós vivemos como qualquer cidadão, mas com risco mais acrescido, porque temos de estar no terreno. A linha da frente é estarmos neste controlo, dos infetados, dos que estão confinados, a sensibilização dos que estão a circular e não podem”, afirma, realçando que “os profissionais de saúde são os que mais contactam [com os doentes covid-19], mas nós também e desde o primeiro dia temos exigido proteções individuais e suficientes e produtos desinfetantes e pouco a pouco tem sido remediado, mas não é o ideal”.

Com o início da vacinação na PSP, o presidente do Sindicato de Profissionais de Polícia assume outra preocupação. “Preocupa-nos a falta de vacinas, que infelizmente é geral, mas quem está na linha da frente como a PSP, deviam ser todos vacinados, e estamos esperançados que pelo menos a parte operacional seja urgentemente vacinada”, reforça.

O aparato de viaturas policiais foi fazendo abrandar a velocidade das viaturas que por ali passavam, em Gouveia. Ainda assim, todas, foram obrigadas a pôr o pé no travão ao sinal STOP, erguido pelo Chefe Andrade, 56 anos, há 36 na Polícia, sempre em Lisboa.

Natural da Mêda, chegou em novembro, a Gouveia (uma transferência para o distrito que aguardava há 10 anos). O presidente do Sindicato de Profissionais de Polícia, reivindica mais equipamentos de proteção. “Duas máscaras que foram dadas a cada um, o sistema de lavagem demora, há reforço de atividade com o impedimento de férias. Duas máscaras e a viseira é muito pouco, devia haver um kit entregue no dia e na hora em que cada viatura sai”, considera o responsável do sindicato.


NÚMERO DE CASOS DIÁRIOS DE COVID-19 EM PORTUGAL

Fora do quadro da pandemia, o presidente do Sindicato de Profissionais de Polícia, reitera a necessidade de todos os agentes terem “um colete individual balístico, assim como a aplicação de web câmaras, que seriam uma salvaguarda para todos os polícias e cidadãos, para desmitificar a ideia de agressividade, que anda na praça pública, ou seja, um elemento estar a fazer uma intervenção e ser filmado, como já acontece noutros países, e mesmo nas esquadras, a videovigilância nas esquadras é uma proteção para o cidadão e para os polícias”, conclui.

Muito poucos meios de proteção individual para quem está na primeira linha e tem de repetir vezes sem conta o que muitos ainda teimam em cumprir. “Qual o motivo que a faz circular? Mas antes de mais coloque a máscara”, apela o chefe Andrade a uma condutora.

O Sindicato de Profissionais de Polícia (SPP-PSP), é o segundo maior da classe, ao nível dos associados (2500), antiguidade e representatividade negocial com a tutela.

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