16 fev, 2021 - 20:23 • Lusa
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O diretor da Saúde do executivo açoriano admitiu esta terça-feira que a região pode não cumprir o prazo previsto para a primeira fase de vacinação contra a Covid-19, alegando que as vacinas estão a chegar a um ritmo lento.
"Se não houver alteração no ritmo da chegada das vacinas, dificilmente será conseguido esse prazo para a vacinação do primeiro grupo", avançou Berto Cabral, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de reuniões com sindicatos da saúde.
O plano regional de vacinação dos Açores contra a covid-19 previa que a primeira fase do processo decorresse entre dezembro de 2020 e abril de 2021, mas, segundo o diretor regional da Saúde, "subsiste a dúvida" sobre se a região vai ou não receber as vacinas necessárias "dentro do prazo".
"A verdade é que efetivamente o ritmo a que as vacinas estão a chegar é um pouco lento para aquilo que seria desejável e obviamente que isso poderá condicionar o ritmo da vacinação e o que inicialmente tínhamos previsto para o plano de vacinação dos açorianos", afirmou.
Berto Cabral salientou, no entanto, que a situação dos Açores é semelhante à do resto do país e da Europa.
"É preciso perceber que, quando começámos a discutir este assunto com a secretaria de Estado da Saúde, o ritmo que nos foi apresentado era mediante a aprovação de seis vacinas no espaço europeu. Neste momento só temos três e à região só chegaram ainda vacinas da Pfizer. Aguardamos este mês ainda a chegada de algumas doses das vacinas da AstraZeneca", frisou.
Os Açores receberam hoje mais um lote de vacinas da Pfizer com 5.875 doses e estimam receber outras três caixas (com 5.875 doses cada) "na primeira semana de março".
Segundo Berto Cabral, "até ao final desta semana, ficarão vacinadas cerca de 9.000 pessoas" (com pelo menos a primeira dose) na região.
"Estamos a falar, com as vacinas que ainda estão para chegar, de durante o mês de março ficarem imunizados quase 15.000 açorianos", acrescentou.
A primeira fase da vacinação contra a covid-19 nos Açores inclui profissionais e utentes das estruturas residenciais para pessoas idosas, casas de saúde e internados em cuidados continuados; profissionais e utentes dos lares residenciais e dos centros de atividades ocupacionais e equiparados; profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes; e pessoas com mais de 75 anos.
Integram ainda o primeiro grupo pessoas com 50 ou mais anos com insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório ou oxigenoterapia de longa duração; bombeiros envolvidos no transporte e assistência a doentes; profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos; e a população da ilha do Corvo.
Os Açores têm atualmente 77 casos positivos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19, dos quais 66 em São Miguel, oito na Terceira, dois no Pico e um no Faial.
Desde o início do surto foram detetados na região 3.787 casos, tendo ocorrido 29 óbitos e 3.577 recuperações.