19 fev, 2021 - 16:26 • Lusa
O advogado português João Loureiro, antigo presidente do Boavista, disse à agência Lusa, esta sexta-feira, que ia regressar do Brasil para Portugal no avião onde foram apreendidos 500 quilogramas de cocaína, mas desistiu de o fazer antes desta apreensão, sendo “alheio” à situação.
“Ia regressar a Portugal nesse voo [onde foi apreendida a droga] junto com vários outros passageiros, mas já tinha desistido de o fazer [antes de o assunto ser espoletado]", afirmou o jurista, numa mensagem escrita à Lusa.
João Loureiro referiu que, na altura da operação policial que culminou na apreensão da droga e que aconteceu em Salvador, estava em São Paulo.
“E acredito que talvez o tenha sido devido ao meu pedido para que houvesse uma inspeção rigorosa ao avião”, sublinhou.
A 10 de fevereiro, a Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína com destino a Portugal escondida num avião particular, na sequência de uma inspeção que agentes daquela força policial fizeram à aeronave, estacionada na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
Dizendo-se “completamente alheio” ao que se passou, o ex-presidente do Boavista Futebol Clube vincou que fez questão de por “mote próprio” falar com as autoridades brasileiras na qualidade de testemunha, antes de regressar a Portugal.
Situação que “demorou mais um tempo” devido aos vários feriados de Carnaval naquele país.
João Loureiro confessou estar “tranquilo” desde então até agora e, por respeito às autoridades brasileiras e pelo segredo de justiça do processo, não prestará mais declarações públicas.
“Aproveito ainda para agradecer profundamente as muitas mensagens de solidariedade que me têm chegado de Portugal”, concluiu.
A polícia brasileira apreendeu, a 10 de fevereiro,(...)
Dois dias depois da apreensão de droga, a administração da empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia explicou, em comunicado enviado à Lusa, ter sido contratada para fazer um voo executivo, com saída de Portugal e destino ao Brasil e, subsequente, regresso a Portugal poucos dias depois.
Os passageiros a bordo eram um cidadão português e um espanhol e a tripulação, composta por três pessoas.
Na nota de imprensa, a empresa esclareceu ainda que a informação de que dispunha era de que os passageiros viajavam por motivos profissionais, tendo o voo ocorrido a 27 de janeiro, depois de inicialmente previsto para 26.
“Sucede que, quando o voo saiu de Cascais ainda não havia a informação/publicação do Despacho nº 1125-D/2021, de 27 de janeiro, através do qual se procedia à suspensão de voos de e para o Brasil (a partir das 00:00 do dia 29 de janeiro”, informou.
Motivo pelo qual o voo de ida e regresso foi autorizado, acentuou.
Posteriormente, e tendo tomado conhecimento do despacho que punha em causa a autorização para o voo de regresso a 01 de fevereiro, a OMNI Aviação foi notificada para fazer novo pedido de autorização, mas como “voo de repatriamento”.
Contudo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) recusou este pedido a 8 de fevereiro, um dia antes da apreensão da droga, por o voo não cumprir os requisitos de um “voo de repatriamento”, aclarou a empresa.