19 fev, 2021 - 10:03 • Lusa
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A vacinação das forças de segurança e bombeiros vai deixar de liderar as prioridades devido à escassez de vacinas, sendo reforçada a administração a pessoas com 80 ou mais anos e entre os 50 e os 79 anos com doenças crónicas.
Segundo o “Expresso”, que cita o novo coordenador da 'task force', Henrique Gouveia e Melo, a escassez de vacinas levou à alteração do plano inicial da vacinação, retardando a vacinação às Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente.
O grosso das vacinas disponíveis será administrado a dois grupos: a pessoas com 80 ou mais anos e a pessoas entre os 50 e os 79 anos com uma das quatro doenças de maior risco para a covid-19 (cardíaca, coronária, renal e respiratória grave).
De acordo com o semanário, a escassez das vacinas e a necessidade de proteger os mais vulneráveis à Covid-19 levaram o novo coordenador da 'task force' a redefinir prioridades na vacinação.
Henrique Gouveia e Melo adiantou ao jornal, que 90% das vacinas disponíveis destinam-se agora a "salvar vidas" e apenas 10% a "ir reforçando a resiliência do Estado em período de pandemia".
Segundo o jornal, isto equivale "a retirar mais velocidade no ritmo de vacinação de profissionais de serviços essenciais do Estado, que também integram a primeira fase do plano e onde se incluem as Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente".
Trata-se de "um exemplo de adaptação do plano às condicionantes exteriores, preservando e focando a resposta no que é, de momento, mais premente e essencial", disse Gouveia e Melo.
O vice-almirante diz ainda que "este enfoque superior ao objetivo de salvar vidas acontece quando já foram reforçados os grupos mais prioritários da saúde e dos serviços críticos e essenciais".
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse estar “surpreendido” por não ter sido avisado de que a vacinação destes profissionais deixou de liderar as prioridades do plano e exigiu esclarecimentos.
“Admitimos que possa haver falta de vacinas, mas já não admitimos a falta de sentido ético e de lealdade de trato que merecem os bombeiros portugueses para que se alguma alteração houver, se está a ser feito algum reajustamento devíamos ter sido atempadamente avisados e respeitosamente tratados à dimensão do sentido ético que usamos com todos”, disse à Lusa Jaime Marta Soares.
O mesmo responsável disse ter ficado “surpreendido” e “preocupado” com a notícia sobre a vacinação, da qual teve conhecimento através da comunicação social.
“Queremos saber se é ainda sobre estes primeiros 50% [que estão a ser vacinados numa primeira fase] ou dos seguintes 50%. Quero que me digam o que se passa para poder informar os bombeiros”, frisou.
Jaime Marta Soares lembrou os meses que os bombeiros tiveram de esperar para serem vacinados.
Limitação acontece entre as 20h00 desta sexta-feir(...)
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) manifestou "alguma preocupação" com o retardar da vacinação das forças de segurança contra a Covid-19 e defendeu que o Governo devia dar "um sinal de resolução do problema".
"Há polícias que já foram vacinados numa primeira fase" e há outros que estão notificados para ser vacinados já este fim de semana, salientou.
O presidente da ASPP/PSP defendeu que se trata de um conjunto de profissionais que, estando num conjunto de missões e de fiscalizações para corresponder àquilo que são as necessidades do combate à pandemia, onde estão na primeira linha, já deviam estar vacinados.
"O processo deveria estar já mais acelerado e mais desenvolvido e agora agrava tudo com este obstáculo que é colocado e que de alguma forma nos deixa preocupados", lamentou.
A vacinação começou em 27 de dezembro, abrangendo primeiro profissionais de saúde envolvidos na resposta a esta doença, e estendendo-se depois a profissionais e residentes em lares de idosos e unidades de cuidados continuados.
A primeira fase do plano de vacinação inclui também profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e serviços considerados críticos.
Entretanto, começaram a ser vacinadas pessoas com 80 ou mais anos de idade e com 50 ou mais anos e patologias associadas.
No sábado, o primeiro-ministro anunciou um reforço de cem mil vacinas para administrar aos idosos com mais de 80 anos e às pessoas com mais de 50 anos e doenças associadas.
Em Portugal, morreram 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, de acordo com o último boletim da Direção-Geral da Saúde.
Covid-19
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