18 fev, 2021 - 23:19 • André Rodrigues
O presidente da Câmara de Lisboa insiste que não há qualquer projeto para a retirada de brasões dos jardins da Praça do Império, em Belém, e nega qualquer tentativa de revisionismo da História.
Em declarações na Renascença, durante o habitual debate das quintas-feiras com João Taborda da Gama, Fernando Medina responde aos signatários da petição ‘Contra o Apagamento dos Brasões da Praça do Império’ - que, entre milhares de subscritores, conta com nomes como António Barreto e Carmona Rodrigues – lembrando que os arranjos florais em questão já não existem há décadas e, inclusivamente, “deixaram de ser mantidos ainda no tempo do Estado Novo”, referiu o autarca.
Medina diz que há “falta de informação no debate deste tema: os verdadeiros brasões da Praça do Império foram recuperados há uns anos, ainda no tempo de António Costa, e, depois de muito debate, foi feito um concurso de ideias que foi ganho por uma arquiteta paisagista, insuspeita de qualquer tentativa de revisionismo histórico - Inês Castelo Branco - que fez um projeto que é recuperar o fundamental, que é o original da Praça do Império desenhado por Cottinelli Telmo para a Exposição do Mundo Português”.
Lisboa
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Com este esclarecimento, que já tinha sido feito numa reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, Fernando Medina considera estar “reposta a realidade dos factos: não se está a retirar símbolos de nada, de nenhum passado, não estamos a falar de brasões de pedra, estamos a falar de umas construções florais que se fizeram nos anos 60 e que há muito tempo não estão lá”.
Compreendendo as “diferentes sensibilidades” sobre o tema, Medina sublinha que "não quis que este fosse um tema de polémica ou decisão", mas diz ser sua intenção “dialogar com os peticionários, repor a verdade dos factos, porque houve uns excessos de linguagem, uns involuntários, outros nem tanto, e a partir daqui tentar construir uma solução em que mais pessoas se sintam representadas no que toca ao projeto da Praça do Império”.
O autarca remata, constatando a “ironia” de que “a crítica que é feita é por se procurar repor o desenho da Praça do Império, tal qual ela foi construída nos anos 40, a propósito da Exposição do Mundo Português”.